Categoria: arte

Manifesto lançado pela classe artística questiona ‘Cadê o Circo da Cidade?’

Há exatos 10 anos, as lonas do Circo da Cidade foram retiradas do Aterro do Bacanga. Um movimento, que tem à frente artistas, produtores culturais e entusiastas, atua para reverter a situação e trazer de volta o palco das iniciativas culturais que propiciava à sociedade alegria e reflexão criativa, promovendo e difundindo o direito de participação e acesso à Cultura.  

Nesta semana, o Movimento lançou um Manifesto que convida a sociedade em geral a participar do movimento de resgate do circo, além de traçar planejamento com transparência de financiamento e cronograma de construção democrática e participativa para a reabertura do Circo da Cidade, ainda neste ano de 2022 entre outros objetivos. 

Em sua estrutura abrigava o projeto educacional Circo-Escola, direcionado às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, cumprindo seu papel social de forma efetiva por mais de uma década, garantindo a continuidade da herança cultural circense. 

Leia na íntegra o Manifesto Cadê o Circo 

CARTA ABERTA À PREFEITURA MUNICIPAL E À CÂMARA DE VEREADORES DE SÃO LUÍS

“Faz escuro, mas eu canto!” Thiago de Mello 

Respeitável Público! 

Nós, do Movimento “Cadê o Circo?”, representados por artistas, produtores culturais e entusiastas, manifestamos nossa profunda insatisfação e indignação pela ausência de informação sobre o retorno do Centro Cultural Nelson Brito, antigo Circo da Cidade, local de iniciativas culturais que propiciava à sociedade alegria e reflexão criativa, promovendo e difundindo o direito de participação e acesso à Cultura através de manifestações artísticas.

 O Circo da Cidade contribuiu para o desenvolvimento das cadeias produtivas da economia cultural. Os projetos desenvolvidos, por meio de coletivos artísticos, companhias, geraram renda e empregos diretos e indiretos para a classe artística do Maranhão, principalmente para produções independentes. 

Em sua estrutura abrigava o projeto educacional Circo-Escola, direcionado às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, cumprindo seu papel social de forma efetiva por mais de uma década, garantindo a continuidade da herança cultural circense. 

Em razão de um absurdo projeto político e eleitoreiro, o Veículo Leve sobre os Trilhos (VLT), que sequer saiu do papel e que até hoje causa ônus aos cofres públicos, o Circo da Cidade teve suas lonas desarmadas do Aterro do Bacanga, em 2012. Um desrespeito à classe artística e à população da cidade, que nunca foram consultadas. Mesmo com o projeto de remanejamento do Circo da Cidade para um novo endereço que continua engavetado na Secretaria de Cultura do Município de São Luís-MA. 

O país atravessa um período delicado na conjuntura econômica e social em virtude da pandemia e da crise política. É preciso valorizar, incentivar, proteger e acolher todos os setores, inclusive, o cultural, extremamente prejudicado, principalmente, neste período pandêmico, que deve ser fortalecido com políticas públicas. Por isso, estamos nos mobilizando pela construção de um espaço de diálogo democrático e participativo com as autoridades responsáveis, em prol da reconstrução, preservação e fortalecimento material e imaterial da cultura circense e artística, com o retorno do Circo da Cidade. 

Convidamos artistas, produtores culturais, coletivos, estudantes, professores, profissionais liberais, gestores, cidadãos em geral, para refletirmos e questionarmos “Cadê o Circo?”. 

Os nossos objetivos são: 

1. Traçar um planejamento com transparência de financiamento e cronograma de construção democrática e participativa para a reabertura do Circo da Cidade, ainda neste ano de 2022; 

2. Dialogar e reunir com os representantes das instituições responsáveis para que apresentem caminhos assertivos para o retorno do Circo da Cidade; 

3. Garantir a montagem do Circo da Cidade em espaço democrático, acessível e seguro para que possam se beneficiar da cultura circense e artística;

 4. Garantir o caráter público, democrático, com gestão participativa e de qualidade do Circo da Cidade, evitando qualquer contrato com setor privado para a governança das suas atividades; 

5. Garantir programas de fomento ao funcionamento, produção, formação e à pesquisa artística; 

6. Apresentar plano e protocolo de cuidado em saúde no contexto da pandemia global do novo coronavírus, que garanta a continuidade das atividades do Circo da Cidade. 

Temos certeza, que diante dessa manifestação pública, as autoridades responsáveis tomarão providências urgentes para, enfim, sanar esse prejuízo à arte e cultura que vem se arrastando por dez anos, prejudicando a classe artística, cultural, comunidade e toda cadeia produtiva que as envolve. Em breve, convidaremos todas as pessoas para uma audiência popular sobre o Circo da Cidade que queremos!

São Luís, 31 de janeiro de 2022.

Movimento Cadê o Circo?

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

Mural da Memória quase pronto em Cururupu

O artista Gil Leros está finalizando esta tarde, 19 de setembro, em Cururupu-MA, o 10° Mural da Memória do Projeto “Amo, Poeta e Camtador”, que faz homenagem ao mestre João Tolentino Abreu, mais conhecido como ‘Seu Mano’.

O grande mural está sendo confeccionado no paredão do palco da Praça Dô Carvalho, no Centro da cidade de Cururupu, no litoral ocidental do Maranhão.

Este grande poeta e cantador do Bumba meu Boi Rama Santa, de sotaque Costa de Mão, é o último homenageado do projeto “Amo, Poeta e Cantador”, nesta etapa 2021 de intervenções em sete cidades do Estado, incluindo a capital, São Luís.

Aos 66 anos; ele já foi miolo de boi, vaqueiro, tocador de pandeiro, e, há quase 20 anos, é o principal compositor das toadas e o “canário” cantador do Rama Santa – assim também ele é reconhecido.

Neste momento, ‘Seu Mano’ acompanha o término do mural.

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

Profissionais da saúde são homenageados em mural

Foram sete dias de trabalho intenso e uma grande equipe diretamente envolvida no projeto artístico ambicioso que transformou as escadarias do Centro Social dos Servidores Públicos do Maranhão (Ipem), na Avenida Litorânea, em um belo mural em homenagem aos profissionais de saúde, que há quase um ano travam uma batalha cotidiana conta a pandemia da Covid-19. A arte em questão é assinada pelo artista visual Gil Leros, já conhecido do público maranhense por ter repaginado, com a arte do grafite, o Beco do Silva, no Centro Histórico de São Luís. 

“Foi bem corrido e cansativo. O mural foi feito em sete tardes e sete noites. A gente começava 16h e ia até às 2h da madrugada. Para mim como artista foi muito importante fazer essa homenagem. Retratar esses profissionais na paisagem da cidade, faz com que as pessoas consigam perceber e lembrar a existência dessa luta que eles estão travando”, explica Gil Leros. 

A homenagem é fruto de uma iniciativa conjunta das Secretarias de Estado da Cultura (Secma) e da Saúde (SES), que abraçaram a ideia original de Leros. O artista se inspirou em outros painéis pintados mundo a fora, com artes de rua sobre a luta dos profissionais de saúde contra a pandemia.

“Quando começou a pandemia e a movimentação dos grafiteiros em outros países do mundo, com grandes muralhas e homenagens, eu tive a ideia de tentar fazer isso aqui. Foi bem no auge da pandemia quando eu fiz a proposta. Inicialmente o projeto ficou meio de escanteio porque eles [a gestão estadual] estavam no frenesi da pandemia, tendo que construir hospitais e mais leitos, mas no final do ano o [secretário de Saúde] Carlos Lula me chamou”, relata o artista. 

Grafite tridimensional

No mural em 3D foram estampadas as imagens de uma equipe médica em oração e de outros profissionais de saúde, além de uma pomba branca em referência à paz, que foi ilustrada em meio ao coração estilizado que já é uma marca dos trabalhos de Leros. Ele e sua equipe usaram como referência momentos captados com mestria pela fotógrafa da SES, Julyane Galvão, que acompanhou o trabalho árduo de médicos, enfermeiros e técnicos em meio ao surto viral. 

Por se tratar de uma estrutura irregular e não uma parede convencional, Gil Leros usou a técnica do videomapping para fazer o mapeamento das superfícies que ganhariam o novo colorido. 

“Lá na verdade não é uma escadaria. É uma solução de engenharia para conter a força da água que vem da parte de cima do Ipem, para conter a força da água que chegue à avenida [Litorânea]. Se nela uma imagem fosse pintada plana, ela iria criar uma distorção. Com o projetor a gente conseguiu enquadrar e vencer essa distorção. Utilizamos um projetor de grande escala para fazer a projeção dessas imagens e vencer essa diferença de superfície”, explica Leros. 

Alterando a paisagem da cidade

Autor de outros projetos visuais criados com base no grafismo, Gil Leros lamenta que esse tipo de gênero artístico muitas das vezes ainda não seja valorizado como arte profissional entre os maranhenses e que essa vertente do movimento hip-hop seja encarada por parte da grande mídia como mero “remédio para pixação”. 

“Nunca colocam o grafite como um elemento de transformação da paisagem da cidade, como um elemento de luta por igualdade e superação dos problemas sociais que a gente tem e de inclusão do jovem periférico dentro da cidade”, criticou. 

Arte e pandemia

Com apoio do Governo do Maranhão, Leros segue ressignificando espaços públicos de São Luís e apesar das limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, o artista mantém uma rotina de trabalho intensa, embora ainda tema os efeitos da doença.  

“Essa pandemia ela tem afetado muito o trabalho dos artistas. Esse trabalho, por exemplo, a gente teve que ‘testar geral’. Eu não ía conseguir pintar com a preocupação de que alguém poderia infectar outra pessoa. A gente testou todo mundo para trabalhar mais sossegado. Ainda estou em uma situação de preocupação”, disse. 

O painel do Ipem em homenagem aos profissionais da saúde foi assinado por Gil Leros e sua equipe, formada pelos artistas visuais Carlos Over, Origes, Topeira e Cristiano. A produção do painel foi custeada com recursos oriundos da Secretaria de Estado da Cultura (Secma).

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

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