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Promotoria faz vistorias e encontra escolas sem condições de retornar as aulas

Promotoria faz vistorias e encontra escolas sem condições de retornar as aulas

Tendo em vista o retorno das aulas presenciais em 14 escolas da rede municipal de ensino, previsto para esta segunda-feira, 16, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís realizou uma série de vistorias em escolas da capital. O objetivo foi verificar a situação dos prédios e a adequação dos espaços às normas sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Várias das escolas visitadas estavam em boas condições e com espaços adequados para permitir o distanciamento social. Também foi verificado que as salas de aula dessas escolas possuíam janelas para a circulação de ar e que estavam disponíveis pias para a lavagem de mãos e dispensadores de álcool em gel. É o caso das escolas Casa Familiar Rural (Zona Rural), Mary Serrão Ewerton (Pedrinhas), UEB Pedro Marcosine Bertol (Jaracati) e UEB Alberto Pinheiro (Centro), entre outras.

Algumas escolas, no entanto, não têm condições de retomar as aulas, de acordo com a Promotoria. É o caso da Unidade de Educação Básica Dr. Carlos Macieira, no Bairro de Fátima. O prédio alugado é residencial, com corredores apertados, poucas janelas e inadequado para o recebimento de alunos da educação especial ou regular, por não ter condições de implementar os protocolos sanitários, em especial o distanciamento.

Dois ofícios foram encaminhados ao secretário municipal de Educação, Marco Moura. Um deles recomenda a mudança da escola para outro prédio e o outro solicita cópia integral do processo administrativo que resultou no contrato de aluguel do imóvel. Até o momento, não houve resposta.

Outra escola que recebeu parecer pedagógico pela inviabilidade do retorno às aulas foi a Unidade de Educação Básica Paulo Freire, na Liberdade. De acordo com relatório da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís, o espaço precisa de limpeza, pintura, jardinagem, dispensadores de álcool em gel e outras medidas sanitárias. Nesse caso, também foi encaminhado ofício à Secretaria Municipal de Educação, ainda sem resposta.

Embora não estivesse com previsão de retorno presencial para esta segunda-feira, também foi vistoriada a UEB João Lima Sobrinho, no Conjunto Dom Sebastião. De acordo com o promotor de justiça Lindonjonsom Gonçalves de Sousa, a estrutura está completamente degradada, precisando de intervenções como a colocação de portas nas salas de aula, pintura e reparo de janelas quebradas.

Além disso, a vistoria verificou paredes pichadas, matagal tomando conta da área externa da escola, inclusive do pátio, onde poderiam ser realizadas atividades esportivas. Durante a visita, a equipe do Ministério Público foi surpreendida pela queda de telhas devido ao excesso de pombos no local. Constatou-se, também, o acúmulo de fezes desses animais, conhecidos por transmitir doenças graves, em paredes e telhado.

Sobre essa escola, além do relatório pela inadequação dos espaços, há uma Ação Civil Pública já protocolada, na qual o Ministério Público requer a completa reforma da escola e higienização dos espaços, inclusive com medidas de controle de pragas.

Ainda de acordo com o relatório das inspeções, observou-se, em algumas escolas, computadores novos, com acesso à internet e disponibilidade da plataforma Google Classroom para a oferta de aulas e atividades online. “Mas persiste o problema relacionado à disponibilidade de internet para os alunos em suas residências, o que inviabiliza ou dificulta o acompanhamento do ensino remoto híbrido”, ponderou o promotor de justiça.

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

Matrículas em cursos superiores crescem 1,8% no país em 2019

O número de matrículas em cursos superiores presenciais e de ensino a distância (EAD), nas redes privada e pública, cresceu 1,8% em 2019, de acordo com dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2021, divulgado hoje (8) pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil.

O número de matrículas em cursos superiores presenciais e de ensino a distância (EAD), nas redes privada e pública, cresceu 1,8% em 2019, de acordo com dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2021, divulgado hoje (8) pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil.

O crescimento total das matrículas na rede privada para cursos presenciais e EAD foi de 2,4%, enquanto na rede pública foi de 1,5%.

“Chama a atenção que, apesar de termos crescido nesses últimos anos, a taxa de escolarização líquida, que mede o percentual de jovens de 18 a 24 anos que estão no ensino superior, na faixa etária adequada, não cresce. Em 2018, esse número era de 17,9%, ou seja de toda essa população, só esses estavam matriculados no ensino superior. Em 2019, eram 18,1%; em 2020, 18%; e 2021 a estimativa é de 17,8%”, disse o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

Quando se consideram apenas os cursos presenciais da rede privada, em 2021 a previsão é de queda de 8,9% no número de matrículas. Para os cursos EAD, na mesma rede e período, a estimativa de crescimento é de 9,8%. “Mas, mesmo no EAD, o crescimento que vinha ocorrendo antes da pandemia também diminuiu. Temos impacto da pandemia tanto no presencial quanto no EAD”, afirmou o diretor. 

Segundo Capelato, é preciso estar atento para o fato de que, apesar de as aulas estarem sendo assistidas remotamente, não é possível dizer que o EAD cresce e o presencial decresce um em função do outro. “No modelo assíncrono, que é o antigo EAD [quando o aluno estuda sozinho, de acordo com sua disponibilidade de tempo, sem interação com professores e colegas], o curso é mais barato e é dirigido a alunos de 30 a 44 anos. São alunos que saíram do ensino médio, não entraram no superior, estão no mercado de trabalho e veem a possibilidade de ascender profissionalmente.”

Já no presencial, o perfil é de alunos mais novos, com até 29 anos, que saíram do ensino médio e que querem ter contato com os professores, com os alunos, e não conseguem se concentrar sozinhos, estudando no tempo deles, por isso escolhem o modelo síncrono.

“O assíncrono não vai eliminar o síncrono. O que vemos é que o segundo é mais caro e, por isso, muitos jovens estão deixando de ingressar no ensino superior, não indo para o EAD e estamos voltando a ter uma massa de população mais velha só com ensino médio completo. Não estamos conseguindo trazer o mais jovens para o ensino superior”, ressaltou. 

Financiamento

De acordo com Capelato, para alterar essa realidade, é preciso criar políticas públicas de inclusão. Os dados no mapa mostram que, em 2019, a taxa de evasão de alunos que não são contemplados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ou programa Universidade para Todos (Prouni) foi de 26,2%.

Entre os alunos com Fies, a taxa de evasão ficou em 6,4%. Considerando os estudantes com Prouni, a taxa de evasão foi de 8,8%.

“A maioria dos jovens, mais de 90%, tem situação de vulnerabilidade financeira e não tem condições de ingressar em uma universidade pública porque as vagas são restritas e eles não conseguem entrar na particular porque não podem pagar.”

Vagas  

Os dados indicam ainda que, em 2021, foram ofertadas 40 mil vagas com Fies por 892 instituições mantenedoras e 1,5 mil mantidas, sendo que foram ocupadas, até maio, 22 mil dessas ofertas. Para as bolsas do Prouni, em 2020, foram 237 mil parciais e 183 integrais. De 2009 a 2019, a ociosidade nesse tipo de bolsa chegou a 34,4%, de acordo com o mapa divulgado pelo Semesp.

Segundo os dados, em dez anos (2010 a 2019), o número de instituições de ensino superior de grande porte subiu 1,8 ponto percentual, com um aumento de 10,3 pontos percentuais no número de matrículas. No mesmo período, o número de instituições superiores de pequeno porte caiu 4,7 pontos percentuais, com uma diminuição de 6 pontos percentuais na participação dessas unidades em relação ao total de matrículas. 

Ensino médio

Para avaliar o potencial de crescimento do ensino superior, a 11ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil traz um estudo sobre o ensino médio no país. A conclusão foi que o número de alunos matriculados nas 29 mil escolas que oferecem ensino médio regular chegou a 7,55 milhões em 2020, dos quais 87,7% estudam em escola pública. 

Apesar de ter ocorrido um crescimento de 1,1% no último ano, o total de estudantes caiu 10,1% em comparação a 2011. Os dados apontam que 39,2% dos alunos do ensino médio estão matriculados na primeira série dessa etapa escolar.

Além disso, o país também conta com 1,94 milhão de pessoas matriculadas na educação profissional e 3 milhões na educação de jovens e adultos (EJA).

O levantamento mostra ainda que 97,5% da população com ensino médio no país têm renda domiciliar per capita de até três salários mínimos; 19,3% da população com ensino médio têm até 24 anos; 36,7% da população com ensino médio têm idade entre 25 e 39 anos.

Em 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, 7,5% dos estudantes trabalharam ou estagiaram durante pelo menos uma hora em alguma atividade remunerada na semana de referência. O percentual caiu 7,1 pontos percentuais, quando comparado a 2016, por exemplo. Em números absolutos, aproximadamente 648 mil alunos trabalhavam ou faziam estágio em 2020, valor 41,6% menor que no ano anterior.

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

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