Este 8 de março é sem dúvida, um dia muito especial pra todas mulheres, mas também é motivo de festa para um dos bairros mais populosos de São Luís, a Cidade Operária, que neste dia completa 35 anos de história. O local surgiu como uma vila destinada a trabalhadores, mas das 15 mil moradias prometidas, só metade saiu do papel e isso gerou uma disputa pelos imóveis. O governador em 1987 era Epitáfio Cafeteira, que deu a posse para quem estivesse dentro dos imóveis, na tentativa de resolver o impasse. Aí nasceu a “C.O.”

Nós estivemos bem cedo por lá, pra contar um pouco da história do bairro e de uma das moradoras mais antigas, a centenária Raimunda Nunes. Uma mulher de lutas, ex-lider comunitária que lutou com muita bravura por benefícios para o conjunto. Foi uma visita ao vivo, no Bom Dia Mirante, pra homenageá-la.

Mais uma vez, quero desejar meus parabéns a ‘vovó Raimunda’ e ao bairro da Cidade Operária. Pra mim é um prazer conhecer e contar boas histórias! Reveja AQUI no G1 Maranhão.

O professor Wilson Chagas escreveu um texto com a história do bairro, que vou reproduzir abaixo um trecho.

Meu país, Cidade Operária (Wilson Chagas)

De um bairro dormitório para uma minicidade que abriga cerca de 50.000 habitantes, que trazem no nome e essência o espírito de trabalho e de luta pela moradia, o Conjunto Habitacional Cidade Operária completa hoje 35 anos de fundação. O dia 08 de março de 1987 é o marco histórico de existência da Cidade Operária, quando então, o Governador Epitácio Cafeteira em visita pelo território e presenciou a luta do povo pela conquista pela casa própria, com várias famílias ocupantes que num êxodo forçado fugindo do aluguel, das dificuldades de emprego, da pobreza arraigada no interior, invadiram as casas fechadas há tempos, aguardando os desfechos da burocracia e conveniências políticas. Nessa visita, Epitácio Cafeteira determinou em declaração verbal que quem estivesse nas casas, se tornaria o legítimo dono.


Na época, foi uma grande alegria. Porém, junto com a euforia dessa conquista, vieram as dificuldades comuns a todo início dos processos de ocupação territorial/habitacional: Dividido em Unidades, cada uma possuindo modelos variados de casa, identificaras pelo número de quartos e seriam distribuídas de acordo com o tamanho das famílias cadastradas.


Boa parte dos moradores recebeu as casas sem portas, janelas, vasos sanitários, pias, torneiras, e até sem telhas! E logo se instaurou um comércio paralelo (clandestino) que vendia de tudo: de portas a torneiras e escápulas. Quem quisesse restaurar suas casas, tinha que comprar. Os quintais eram abertos – que logo foram sendo cercados com varinhas. Cada modelo de casa tinha uma cor de porta e janelas, de acordo com o tamanho. As menores, só de um compartimento era chamada de “pombal”; as de um único quarto – que são conjugadas -, eram chamadas de “trenzinho”.