
BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados desembolsou ao menos R$ 33 mil em passagens e diárias para parlamentares que participaram do Gilmarpalooza, o fórum jurídico organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, realizado em Buenos Aires. O evento voltou a gerar polêmica após a revelação de que parte dos custos da viagem foi arcada com dinheiro público — inclusive de uma deputada maranhense.
Um dos casos que mais chamou atenção foi o do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que viajou em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para a Argentina. No mesmo voo seguiu o próprio ministro Gilmar Mendes.
Enquanto isso, outros parlamentares fizeram o deslocamento em voos comerciais, todos em classe econômica, com passagens pagas pela Câmara. Odair Cunha (PT-MG) teve passagem de R$ 3,9 mil; Lula da Fonte (PP-PE) gastou R$ 2,1 mil; e Soraya Santos (PL-RJ) custou R$ 1,2 mil ao erário.
Diárias pagas aos parlamentares
Além das passagens, os deputados receberam diárias — valor destinado a cobrir despesas de alimentação, hospedagem e deslocamento.
Confira os valores:
- Odair Cunha: R$ 3,2 mil
- Lula da Fonte: R$ 5,4 mil
- Soraya Santos: R$ 7,5 mil
- Amanda Gentil (PP-MA): R$ 5,3 mil
- Hugo Motta: R$ 3,5 mil
No caso da maranhense Amanda Gentil, o tipo de passagem utilizada não foi informado. Ainda assim, o valor das diárias foi confirmado.
Somando todos os pagamentos já conhecidos — incluindo passagens e diárias —, o custo chega a pelo menos R$ 33 mil. O valor final pode ser ainda maior, já que nem todos os dados foram disponibilizados.
O que foi o Gilmarpalooza
O evento, promovido anualmente por Gilmar Mendes, reúne autoridades brasileiras, ministros, deputados, acadêmicos e empresários para debates jurídicos e políticos. As participações costumam gerar questionamentos pelo uso de recursos públicos e pela presença de figuras centrais do Judiciário e do Legislativo fora do país.
Neste ano, a controvérsia cresceu após a divulgação de que Gilmar Mendes teria pego carona com Hugo Motta no avião da FAB — algo permitido, mas que aumenta a pressão sobre a transparência do uso de bens públicos.
Repercussão
As despesas repercutiram negativamente nas redes sociais e reacenderam o debate sobre o uso de verbas públicas para viagens internacionais de parlamentares.
Enquanto isso, especialistas reforçam que, embora legal, o modelo exige maior transparência e justificativa clara do interesse público envolvido.
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