Foto reprodução/G1 Maranhão |
Neste sábado (30), São Luís enfrenta o décimo dia de greve dos rodoviários, com paralisação de 100% da frota. Ontem a Prefeitura de São Luís fez uma proposta de repasse de valores, para que os empresários pudessem pagar salários atrasados e assim, os rodoviários voltassem ao trabalho. A pauta de reivindicações dos grevistas é cobrada das empresas e não do poder público, mas a prefeitura entra como mediadora, porque tem interesse na solução, além disso é a detentora dos serviços, que são concedidos a iniciativa privada.
A proposta veio quatro dias depois de uma conversa que durou mais de dez horas, na sede da prefeitura, com os representantes dos sindicatos.
Diferente do que foi divulgado pelo Sindicato das Empresas de Transporte (SET), a proposta do auxílio emergencial para o sistema de transporte público foi discutida e tratada de forma conjunta com o próprio SET, em diversas reuniões, com o objetivo de possibilitar o entendimento entre empresários e rodoviários”, explica a nota divulgada nas redes sociais.
Segundo a prefeitura, o valor do auxílio emergencial proposto ao sistema de transporte foi de R$ 8.250.000 (oito milhões e duzentos e cinquenta mil reais), divididos em três parcelas. Valor que atenderia a reivindicação dos rodoviários, de acordo com informações da SMTT.
Essa crise caiu de graça no colo da atual gestão, que está há apenas 10 meses à frente do executivo municipal e ainda tem o agravante da pandemia. Trata-se de uma conta antiga, de uma situação que vem de anos de descaso com o transporte público, que mesmo diante de uma recente licitação, não melhorou em praticamente nada. O prefeito Eduardo Braide (Podemos), precisa cobrar mais transparência das empresas, que alegam prejuízos por conta do aumento no valor dos combustíveis.
Perguntar não ofende: Quanto arrecadam e quanto gastam? Qual empresário consegue manter uma empresa no vermelho por tanto tempo? Qual o maior interessado nesta greve?
Braide garantiu que não aceita aumento no valor da passagem, por entender que o momento é de crise e que o usuário seria ainda mais penalizado. Por ter entrado na mesa de negociações, para o público em geral, fica a falsa sensação de que a prefeitura é a responsável pela solução do conflito, quando são os empresários que não estariam cumprindo a obrigação primeira, que é de pagar os salários dos trabalhadores EM DIA. Sejamos francos…. Dá a César o que é de César, já diz a Bíblia.
Em nota, o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informou, que até o momento, não recebeu qualquer proposta da Prefeitura de São Luís e nem dos empresários, que possa atender as reivindicações dos trabalhadores.
A entidade ressalta, que permanece disponível para o diálogo com o sindicato patronal, SET e poder público, no intuito de que seja encontrada uma solução para este impasse. Reforçamos ainda, que sem avanço algum nas negociações, o movimento grevista, com 100% de adesão da categoria, continua na Grande São Luís.