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Presidente da Agerp esclarece boatos sobre doença da “urina preta” em peixes de cativeiro

O presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural Júlio Mendonça, esclareceu por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, que peixes criados em cativeiros não provocam a Síndrome de Haff, conhecida como a doença da “urina preta”.  

Espécies como a tilápia e o tambaqui, ressaltando que, pelo fato de os animais serem criados profissionalmente em cativeiros, eles possuem segurança, e por isso não provocam a doença. 

“Não há nenhuma publicação científica ou relato da comunidade médica, que associe a síndrome de Haff ao consumo de peixes de criatório” disse o presidente. 

Até o momento nenhum caso da doença foi registrado no Maranhão. A iniciativa do presidente da Agerp, foi em defesa dos pequenos agricultores que estão sendo prejudicados com algumas fake news,  que afirmam que peixes de cativeiro também podem estar contaminados. 

O presidente diz que os boatos causam sérios prejuízos ao sistema produtivo do estado, colocando em risco o sustento de muitas famílias e até mudanças no hábito alimentar de toda uma população. 

Cultivo 

Uma das suposições é que a toxina causadora da doença de Haff pode se alojar na alga, que serve de alimento para peixes filtradores, onívoros, como o Tambaqui e a Pirapitinga. E é justamente na alimentação adequada dos peixes o diferencial dos produtores de peixe cultivado em cativeiro. 

Os peixes que apresentam essa toxina se encontram em ambiente natural, em que não é possível realizar o monitoramento, diferente do peixe de cultivo. Na piscicutura o produtor alimenta o peixe com uma ração adequada, realiza o monitoramento da qualidade da água e o controle de possíveis patógenos, a fim de garantir uma sanidade ambiental e segurança alimentar.

Blog Noticiar – por Olavo Sampaio

Endividamento recua, mas inadimplência cresce em agosto

Mesmo em queda pelo quarto mês consecutivo, o percentual de endividados em São Luís ainda ultrapassa a faixa das 261 mil famílias, permanecendo acima da média nacional, em relação às demais capitais brasileiras. Foi o que demonstrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de agosto, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Nesse mês, o número de famílias endividadas em São Luís foi de 84,5%, ou seja, mais de 11 pontos percentuais acima da média das demais capitais do país, que foi de 72,9%. Na comparação com o mês de julho, o nível de endividamento local recuou 0,5%.

A redução lenta no índice de endividamento é reflexo da aceleração dos preços, especialmente nos custos da energia elétrica, gás de cozinha, combustíveis e alimentos, que vem comprometendo a renda das famílias e forçando a manutenção do uso do crédito para financiar o consumo, mesmo com o início da recuperação do mercado de trabalho e gradativa retomada da confiança empresarial nos investimentos.

“O avanço e consolidação da vacinação da população vem incentivando as empresas a reativarem a confiança nos investimentos e, consequentemente, retomarem a geração de empregos. No entanto, ainda é necessário alcançar a estabilidade política no país, um dos fatores que vem influenciando negativamente o andamento da economia, especialmente na aceleração dos preços e dos juros”, avalia o presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro da Silva.

Inadimplência

A Peic mostrou que, das 261 mil famílias ludovicenses endividadas, 40,6% estão com contas em atraso. Esse recorte da inadimplência, em valor absoluto, equivale a 125 mil famílias, cujo percentual de 7,3% afirmou que não conseguirá pagar, de forma alguma, as dívidas atrasadas no mês seguinte.

A pesquisa mostra que, mesmo com o declínio da tomada do crédito apresentada pela retração do nível de endividados, o percentual de famílias em situação de inadimplência avançou 0,99% no mês de agosto em relação a julho, demonstrando o esgotamento da renda das famílias frente a aceleração dos preços.

O tempo de pagamento em atraso das contas é outro indicador com números expressivos, uma vez que 58,4% afirmaram que o tempo de atraso do débito está entre 30 e 90 dias. Em relação ao tempo de comprometimento das famílias com as dívidas, 32,8% relataram que o período se estende de 6 meses a 1 ano, ou seja, pelo menos nos próximos 180 dias de 2021, a renda dessas famílias ludovicenses endividadas permanecerá afetada negativamente.

Cartão de crédito

Em ascensão pelo quarto mês consecutivo, o cartão de crédito segue no topo da lista como o maior responsável pelo endividamento das famílias, com 69,6%, sendo o de agosto o quarto maior percentual de 2021. O segundo maior responsável pela dívida das famílias de São Luís são os carnês, com 23,7%, seguido do financiamento imobiliário, com 5,2%.

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Pesquisa mostra crescimento do turismo em São Luís, após retomada das atividades

Pesquisa mostra crescimento do turismo em São Luís, após retomada das atividades

O avanço da vacinação em São Luís, onde mais de 98% dos adultos já tomaram pelo menos a primeira dose do imunizante, é um propulsor para a retomada gradativa e segura do turismo. Bares e restaurantes são alguns dos locais que apontam crescimento de público, assim como a taxa de ocupação dos hotéis da capital, que no mês de julho, registrou média de 64% na região litorânea e de 60% em toda a cidade. Os dados são da Prefeitura de São Luís que realizou pesquisa por meio da coordenação de Análise Mercadológica da Secretaria Municipal de Turismo (Setur).

As pesquisas são realizadas de forma regular e a taxa de julho foi a maior registrada no ano de 2021. Ao todo, 23 hotéis participaram da pesquisa. Esse dado é positivo para a retomada do turismo à medida que, no mesmo período no ano de 2020, a taxa registrada foi de 31%, o que representa crescimento de aproximadamente o dobro para o mesmo período deste ano.

“Desde janeiro, já foram realizadas ações de promoção presenciais em Brasília, no Ceará e no Pará. No ambiente virtual, São Luís está com uma forte produção de conteúdo nas redes sociais.”, disse o secretário municipal de Turismo, Saulo Santos.

Números

Segundo informações obtidas com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), houve um crescimento de 31% no fluxo marítimo de passageiros em julho para São Luís em relação ao mês anterior. Já em relação ao transporte ferroviário, o aumento surpreende: 315% foi a taxa registrada de crescimento em relação ao mês de julho.

Pesquisa mostra crescimento do turismo em São Luís, após retomada das atividades

As casas de cultura, opções de lazer que fazem parte dos atrativos de São Luís, também estão registrando alta, como no Museu da Gastronomia Maranhense, onde o número de turistas teve um aumento de 146,75% em relação ao mês de junho.

No mês de julho, de acordo com o site de buscas nacional Kayak, São Luís apareceu como destaque no seu sistema de metabuscadores. Isso significa que pessoas de todo o país estão buscando São Luís e os seus atrativos. Por isso, a cidade entrou como indicada na seção ‘Escolhas Kayak’ do ‘Guia Travel Hacker 2021 – Destinos Possíveis’, que reúne informações sobre os destinos mais buscados na plataforma.

O número crescente de visitantes em São Luís contribui para a movimentação da economia local e fortalece toda a cadeia produtiva da cidade. “Vamos continuar divulgando nosso destino para crescer e torná-lo um destino consolidado diante do cenário nacional e internacional também”, reforçou Saulo Santos.

O destino São Luís recebeu o selo internacional de Viagem Segura (Safe Travels) em janeiro de 2021, indicando aos visitantes que a gestão municipal está trabalhando com os protocolos sanitários e incentivando constantemente a vinda dos turistas para a cidade.

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Cresce recusa de vacina contra covid-19; relato é de 2.097 cidades

Cresce recusa de vacina contra covid-19; relato é de 2.097 cidades

Em 2.097 cidades, foi relatada a recusa de vacina contra a covid-19 nesta semana. O número corresponde a 74,2% das 2.826 prefeituras ouvidas na 17ª edição da pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre a pandemia de covid-19. Em 689 municípios, as prefeituras não relataram esse tipo de situação.

O levantamento também detectou pessoas tentando escolher vacinas. Segundo a pesquisa, 2.109 (74,6%) cidades constataram essa tipo de postura. Outras 687 (24,3%) não informaram tais práticas por parte dos cidadãos. Na semana passada, de 5 a 8 de julho, em 68,5% (1.860) dos municípios entrevistados, a escolha pelo tipo da vacina era uma prática comum.

Também foram reportados, nesta semana, casos de pessoas que se recusam a tomar determinados imunizantes. As vacinas mais recusadas foram a CoronaVac, em 1.067 (50,6%), a Oxford/AstraZeneca, em 829 (39,3%) e, em menor proporção, a da Janssen, em 66 (3,1%).

Casos e mortes

Das prefeituras consultadas, em 1.142 (40,4%) houve redução do número de casos de covid-19, em 143 (5,1%) não foram registrados novos casos, em 1.036 (36,7%) os casos se mantiveram estáveis e em 469 (16,6%) ocorreu aumento. 

Quanto às mortes, em 1.426 (50,5%) não foram registrados novos óbitos, em 610 (21,6%) a situação se manteve estável, em 465 (16,5%) houve queda e em 289 (10,2%), foi detectado aumento de vidas perdidas.

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Fiocruz: com avanço da vacinação, mortes e ocupação de UTIs têm queda

Fiocruz: com avanço da vacinação, mortes e ocupação de UTIs têm queda
Pesquisadores observam redução na incidência de mortes

O avanço da vacinação contra a covid-19 já produz impacto na mortalidade causada pela doença e na ocupação de leitos nas unidades de tratamento intensivo (UTI), segundo edição extraordinária do Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta quarta-feira (30).

Apesar da manutenção de níveis altos de transmissão da doença, em um patamar estável ainda mais elevado que o do ano passado, os pesquisadores observaram queda na incidência de mortes. A razão para esse descolamento nas tendências, segundo o boletim, pode ser explicada pela vacinação dos grupos de maior risco e exposição, como idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais de saúde.

“Hoje, a cobertura vacinal dentro desses grupos é mais ampla em relação ao restante da população. Ao mesmo tempo, a circulação de novas variantes do vírus pode aumentar a sua transmissibilidade sem que isso represente, no entanto, um aumento no número de casos graves com necessidade de internação”, diz um trecho do estudo, que ressalta que a transmissão em patamares elevados gera casos graves entre grupos populacionais não vacinados ou com vulnerabilidade potencializada por fatores individuais ou sociais.

O boletim mostra que, entre 20 e 26 de junho, foi mantida uma incidência média de 72 mil novos casos de covid-19 por dia no país, o que representa uma oscilação de -0,2% ao dia em relação à semana anterior. Já a mortalidade média foi de 1,7 mil vítimas por dia, o que corresponde a uma queda diária de 2,5%. Apesar da redução no número de óbitos, que chegou a uma média de 3 mil por dia no pico da pandemia, a Fiocruz ressalta que a mortalidade ainda é considerada muito alta e “não permite afirmar que haja qualquer controle da pandemia no Brasil”.

Ocupação de leitos

Sobre a internação de casos graves da doença, os pesquisadores destacam que as taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde  (SUS), observadas no dia 28 de junho de 2021, mostram quedas expressivas no Nordeste e nos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, no Centro-Oeste. Por outro lado, Tocantins, Paraná e Santa Catarina são os que apresentam situação mais preocupante.

“A vacinação começa a dar sinais de resultados positivos de forma mais sensível com a ampliação da cobertura de grupos etários de menos de 60 anos. O estudo verificou também que a situação dos leitos de UTI – que atingiu o nível máximo de sobrecarga e colapso em meados de março de 2021 – parece ir se consolidando em patamares melhores, ainda que em cenário de predominância de algum alerta, requerendo cuidados para evitar nova piora”, diz um trecho do boletim.

Segundo o levantamento, oito unidades da federação (UF) estão com mais de 80% dos leitos de UTI para covid-19 ocupados, o que é considerado cenário de alerta crítico. São elas: Distrito Federal (81%), Goiás (85%), Mato Grosso do Sul (88%), Paraná (94%), Roraima (87%), Sergipe (88%), Santa Catarina (92%) e Tocantins (90%).

O grupo de UFs em alerta crítico é o menor desde o boletim de 1° de fevereiro, quando sete estados estavam nessa situação. No pior momento da pandemia para a ocupação de leitos, em 15 de março, o país chegou a ter 24 estados e o DF em situação crítica simultaneamente.

Apesar da melhora, a maior parte do país continua na zona de alerta intermediário, com entre 60% e 79% de ocupação de leitos. É o caso de Amazonas (63%), Pará (64%), Maranhão (79%), Piauí (76%), Ceará (74%), Rio Grande do Norte (72%), Pernambuco (76%), Alagoas (77%), Bahia (75%), Minas Gerais (75%), Espírito Santo (63%), Rio de Janeiro (63%), São Paulo (76%), Rio Grande do Sul (79%), Mato Grosso (75%).

Acre (37%), Amapá (55%), Paraíba (59%) e Rondônia (58%) estão na zona de alerta baixo, com menos de 60% de leitos ocupados. Entre esses estados, o Acre é o que está há mais tempo nessa situação, desde 10 de maio.

Medidas de prevenção

A Fiocruz alerta que as medidas de combate à transmissão da doença devem continuar sendo adotadas por estados e municípios até que seja decretado o fim da pandemia no Brasil. O lockdown continua a ser recomendado para todos os locais com taxa de ocupação de leitos de UTI maior que 85%, e um conjunto de medidas deve ser mantido pelos demais gestores públicos.

A fundação explica que devem ser combinadas medidas que reduzam a propagação do vírus e a sobrecarga do sistema de saúde com ações que garantam os insumos necessários para o atendimento aos pacientes e políticas que reduzam os impactos sociais e sanitários da pandemia, principalmente para as populações e grupos mais vulneráveis.

Os pesquisadores também aconselham que o momento de redução nas internações é uma oportunidade para reorganizar o sistema de saúde, reforçar medidas de prevenção, promover campanhas de comunicação, testar e rastrear casos suspeitos e atender demandas represadas.

“O sistema de saúde precisa ser reorganizado para atender às demandas relacionadas à covid-19, sejam elas imediatas ou as que se colocarão por um tempo, relacionadas à covid-19 e às suas múltiplas manifestações incapacitantes. Além disso, outros casos, retidos em “fila de espera” neste ano e meio de pandemia, precisam ser objeto de atenção dentro desse processo de reorganização do sistema de saúde”.

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Pesquisadores alertam para riscos de crianças expostas a telas

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alertam para os riscos da alta exposição de crianças às telas de equipamentos eletrônicos, como celular, computador, televisor e tablet. Na pandemia, essa exposição, que já era alta, de acordo com eles, aumentou, pois muitas famílias acabam recorrendo a esses dispositivos, para conseguirem trabalhar e entreter as crianças, que passam mais tempo em casa. A situação, que no ano passado, quando o vírus começou a circular no Brasil, foi vista como passageira, agora é alvo de preocupação.

“A situação que a gente vive hoje é de uma falta de alternativa muito grande para os pais que estão em trabalho remoto, muitas vezes sem ajudante em casa, e que precisam de alternativa para a recreação da criança no momento que precisam trabalhar ou fazer atividades domésticas. A questão é que o uso da tela se tornou muito mais que uma alternativa, tornou-se a única via e isso nos preocupa”, diz a coordenadora do Programa Primeira Infância Plena da UFMG, Delma Simão.

A pesquisadora explica que até 1 ano de idade não é recomendada nenhuma exposição à tela. Depois disso, a indicação varia conforme a faixa etária sendo que, até os 6 anos de idade, período que corresponde à primeira infância, as crianças não devem passar mais do que duas horas por dia na frente de dispositivos eletrônicos. “Quanto mais uma criança fica conectada à tela, mais desconectado é o cérebro da criança, então mais difícil é para essa criança tomar decisões adequadas, pertinentes a uma sociedade saudável”, explica a pesquisadora.   

Os prejuízos de uma exposição excessiva às telas, para as crianças, de acordo com Delma, são muitos. Entre eles: dificuldade de aprendizagem, dificuldade de interação social, dificuldade de criar vínculo, dificuldade de se adaptar ao meio social e aos desafios que a sociedade impõe, prejudicando ainda o chamado controle inibitório que, de forma simplificada, é a habilidade de controlar respostas impulsivas e esperar a própria vez. No mundo virtual, a criança clica e recebe o conteúdo instantaneamente, prejudicando o desenvolvimento dessa habilidade.

Desafios

No ano passado, quando a pandemia chegou ao Brasil, segundo o professor da Faculdade de Educação da UFMG Rogério Correia, os estudos colocavam essa como uma situação passageira. “Hoje passado mais de um ano, deixou um pouco de ser passageira essa realidade para nós no Brasil”, diz.

Tanto Delma quanto Correia experimentam no dia a dia o desafio de afastar crianças das telas. Ela é mãe do Pedro, de 7 anos, e da Laís, de 3 anos, que tem trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down). No dia a dia, concilia o cuidado com as crianças, com a casa e o trabalho. Correia é tio de Fernando, de 3 anos.

“Eu desenhei no corredor da casa uma amarelinha, para brincar com eles à noite, para gastar energia. Meia hora que a gente brinca de amarelinha, eu já ensino comunicação, ensino a esperar a vez do outro, equilíbrio. É no dia a dia que a gente tem que ser criativo”, conta Delma.

Já Correia, abriu o quintal para que o sobrinho, que não mora com ele, pudesse correr. Para isso, a família precisa de uma logística de isolamento, para que possam se encontrar de forma segura em meio a pandemia. “Estamos sempre acompanhando [o estágio da pandemia na cidade] se há aumento do índice de contaminação, e voltamos a aumentar a segurança e o isolamento”, diz.

Recomendações

Segundo os pesquisadores, será necessária uma atenção especial às crianças não apenas durante, mas após a pandemia. “A gente acredita em uma pandemia pós pandemia. O que vai ser das pessoas e especialmente das nossas crianças quando tudo isso melhorar? Nos preocupa muito a repercussão dessa pandemia”, diz Delma.

Segundo a pesquisadora, as escolas e outros locais de socialização das crianças precisarão observá-las de perto, respeitando as necessidades de cada uma delas. “O olhar precisa ser muito singular para respeitar essa criança que virá depois desse estresse traumático da pandemia de covid-19. É preciso entender e ser muito sensível a essas mudanças de comportamento que eventualmente podem surgir na escola e surgir na família”.

De acordo com Delma, aqueles que estão participando de aulas remotas devem ser observados de perto pelas famílias, que devem conversar com as escolas sobre como está sendo esse processo para eles. “A família precisa estar atenta ao que está dificultando o processo de aprendizagem da criança para que aquilo não faça com que a criança perca o desejo de aprender”.

Incentivar o brincar

Segundo Correia, a brincadeira, que acaba sendo substituída por tempo na frente de dispositivos eletrônicos, é fundamental para o desenvolvimento das crianças e para ajudá-las a compreender o mundo. “Quando ela lida com um trauma, com a perda de um ente querido ou mesmo com a distância da mãe que sai para trabalhar, ela tende a lidar com o que causa essa angústia através da brincadeira. Na brincadeira, ela toma consciência daquele sentimento”, diz.

O pesquisador diz que há formas de incluir os conteúdos digitais no brincar e que isso pode ser benéfico desde que bem orientado. As crianças podem, por exemplo, levar os personagens do programa de TV para uma brincadeira mais ativa, na qual entendem o papel daquele personagem e, brincando, têm mais controle sobre a mensagem e o significado que aquilo traz para ela.

Outra alternativa é buscar conteúdos digitais que proponham tarefas às crianças e trocar, segundo Correia, o sofá pelo tapete, onde é possível brincar. “Um momento em que a criança pode assistir e brincar ao mesmo tempo. As crianças gostam de assistir a programas que proponham fazer alguma coisa, construir um brinquedo, isso pode ser legal”. Os pais e responsáveis podem também assistir a vídeos junto com as crianças, mostrando interesse e discutindo com eles pontos do programa.

Tanto Correia quanto Delma recomendam que as crianças sejam integradas nas atividades do dia a dia dos adultos, que sejam convidadas a cuidar das plantas a preparar uma comida, a estarem por perto. “Com isso está aprendendo as coisas do mundo, está aprendendo vocabulário, está aprendendo interação com a família, está aprendendo a ser útil, a colaborar com a sociedade. A primeira sociedade que ela vive é dentro de casa”, diz Delma.

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