
Uma nova pesquisa aponta que 7 em cada 10 mulheres que sofreram violência doméstica no Brasil tiveram sua rotina alterada — afetando diretamente o trabalho, os estudos e as relações sociais. O levantamento, realizado pela DataSenado e pela Nexus – Pesquisa Inteligência de Dados, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), revela que 69% das mulheres que sofreram agressões, o que representa cerca de 24 milhões de brasileiras, enfrentaram impactos negativos em diversos aspectos de suas vidas.
A 11ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher mostra que mais de 40% das mulheres afirmaram que as agressões interferiram em suas atividades profissionais ou educacionais. No ambiente de trabalho, 46% das entrevistadas disseram que suas tarefas foram comprometidas. No campo educacional, 42% apontaram que seus estudos foram impactados pela violência doméstica.
Além disso, as relações sociais também foram prejudicadas. 68% das mulheres relataram que tiveram dificuldades em manter vínculos sociais saudáveis após sofrerem violência, o que evidencia os efeitos de longo prazo nas interações pessoais e no bem-estar psicológico das vítimas.
Desigualdade social e impacto econômico
Os dados da pesquisa ressaltam como a violência doméstica não afeta apenas a vida pessoal das mulheres, mas também prejudica a sociedade e a economia brasileira. As agressões têm reflexos diretos no desenvolvimento social, uma vez que impactam a participação das mulheres no mercado de trabalho e em atividades educacionais, aprofundando desigualdades e dificultando o progresso coletivo.
Outro dado alarmante da pesquisa é que mulheres fora da força de trabalho têm três vezes mais chances de sofrerem violência doméstica do que aquelas que estão empregadas. A pesquisa revelou que 12% das mulheres fora do mercado de trabalho enfrentam violência doméstica, contra 4% entre as trabalhadoras.
Além disso, 66% das vítimas de violência doméstica têm uma renda de até dois salários mínimos, o que coloca essas mulheres em uma situação ainda mais vulnerável. A pesquisa também aponta que mais da metade das mulheres que enfrentam agressões convivem com a violência há mais de um ano.
Metodologia e abrangência
A pesquisa, encomendada pela senadora Augusta Brito (PT-CE), ouviu 21.641 mulheres de 16 anos ou mais em todo o país. A margem de erro média foi de 0,69 ponto percentual. As entrevistas foram realizadas em todas as unidades da Federação, através de ligações para telefones fixos e móveis, garantindo uma distribuição uniforme por estado e no Distrito Federal.
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