
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro enviou, neste domingo (23), uma nova petição ao ministro Alexandre de Moraes pedindo que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise com urgência o pedido de prisão domiciliar humanitária. O documento sustenta que o ex-presidente sofre de uma série de condições médicas agravadas por interações de medicamentos, o que teria provocado confusão mental, alucinações e comportamento desorientado — incluindo o episódio em que usou um ferro de solda na tornozeleira eletrônica.
Bolsonaro está preso preventivamente desde sábado (22), após o STF avaliar risco de fuga e a tentativa de violação do equipamento de monitoramento. A decisão também levou em conta a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que poderia gerar tumulto e facilitar eventual saída não autorizada do ex-presidente da residência onde cumpria prisão domiciliar.
Defesa fala em “quadro grave de saúde”
Os advogados Celso Vilardi, Daniel Tesser e Paulo Bueno argumentam que o estado de saúde de Bolsonaro está “seriamente comprometido” e anexaram documentos médicos que apontam o uso regular de medicamentos como Clorpromazina e Gabapentina, receitados para crises de soluços decorrentes de cirurgias realizadas desde 2018.
Segundo a defesa, uma segunda médica — não vinculada à equipe que acompanha Bolsonaro desde a internação de abril — teria prescrito Pregabalina, que, de acordo com o boletim médico apresentado, possui forte interação com os remédios já usados. Essa combinação poderia gerar efeitos colaterais graves, como:
- confusão mental,
- desorientação,
- sedação,
- perda de equilíbrio,
- alterações cognitivas,
- episódios de paranoia e alucinação.
A defesa afirma que esses efeitos explicam o comportamento do ex-presidente ao queimar a tornozeleira com o ferro de solda.
Advogados negam tentativa de fuga
No documento, os advogados insistem que Bolsonaro não tentou romper o equipamento:
“O vídeo e a avaliação da policial mostram que não houve tentativa de rompimento da pulseira e, portanto, de retirada da tornozeleira”, diz a petição.
A defesa argumenta que Bolsonaro colaborou com a troca e que o dano ao equipamento não comprometeu o monitoramento.
Julgamentos e próximos passos
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista. A Primeira Turma do STF rejeitou, na semana passada, os primeiros embargos de declaração, abrindo caminho para execução da pena em regime fechado após o fim dos recursos.
O pedido de prisão domiciliar humanitária apresentado antes da prisão preventiva foi negado por Moraes — mas agora retornará à pauta de análise.
O ministro Flávio Dino convocou sessão extraordinária da Primeira Turma nesta segunda-feira (24) para analisar e referendar a decisão que levou Bolsonaro à prisão preventiva.
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