MORROS – O ex-delegado da Polícia Civil, Alexsandro de Oliveira Passos Dias, condenado por crimes cometidos em Barra do Corda e Morros, continua recebendo salários da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, mesmo após a determinação judicial de perda do cargo. Dados do Portal da Transparência indicam que ele recebeu R$ 35.046,98 nos meses de setembro, outubro e novembro de 2025, totalizando R$ 105.140,94, mesmo depois da condenação.
Pagamento mesmo após condenação
Alexsandro, que havia sido preso em flagrante por desvio de combustíveis em 2016, continuou a receber remuneração pública, segundo informações oficiais, pelo menos desde 2021. A condenação definitiva aconteceu nove anos após os crimes. Até o momento, o Governo do Maranhão não se manifestou sobre o caso.
Condenação por peculato em Barra do Corda
O ex-delegado foi condenado por peculato, após investigações que revelaram um esquema de desvio de combustível da polícia em Barra do Corda. Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2015, mais de R$ 26 mil em combustível foram desviados. O relatório da Supervisão de Transportes da SSP identificou 174 abastecimentos suspeitos. Alexsandro, que controlava o cartão corporativo das viaturas e manipulava registros de hodômetro, foi acusado de abusar de seu cargo e comprometer a confiança da sociedade na polícia. Ele recebeu uma pena de 2 anos e 8 meses de prisão, substituída por serviços comunitários e multa, além da perda do cargo.
Defesa do ex-delegado
Durante o processo, a defesa de Alexsandro argumentou falhas no sistema de abastecimento, com registros duplicados ou incorretos, e afirmou que todas as autorizações de abastecimento eram feitas com conhecimento dos superiores. A defesa também alegou que os registros refletiam a rotina operacional da delegacia.
Condenação por concussão e peculato em Morros
Além dos crimes em Barra do Corda, Alexsandro também foi condenado pelos crimes de concussão e peculato em Morros. Entre 2015 e 2016, ele foi acusado de cobrar propina para devolução de motocicletas, desvio de valores de fiança e taxas ilegais para funcionamento de bares e festas. A pena aplicada foi de 19 anos, 6 meses e 28 dias de prisão, além de 539 dias-multa. Apesar da gravidade da pena, ele foi autorizado a responder em liberdade.
Alexsandro de Oliveira Passos Dias também atuou nas delegacias de Barreirinhas, São João dos Patos e Rosário.
