
O ex-gerente executivo do INSS, Weslley Aragão Martins, voltou ao órgão federal apenas sete meses após ser afastado pela Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em abril deste ano.
Veja também: CPI do INSS Investiga Confederação de Pesca: Há Suspeita de repasses milionários a deputado do Maranhão
Durante as férias do presidente do INSS, Gilberto Waller, a presidência interina, ocupada por Lea Bressy, promoveu Weslley ao cargo de coordenador de Gestão do Relacionamento com o Cidadão, segundo informações do Metrópoles.
Investigado por fraudes bilionárias em benefícios previdenciários
Weslley foi afastado em meio a uma investigação que apura um esquema bilionário de fraudes e descontos indevidos em benefícios previdenciários, que deu origem à CPMI do INSS.
Antes do afastamento, ele havia assinado 53 Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com colônias e sindicatos de pescadores maranhenses, entidades agora sob investigação da CGU.
Os acordos envolviam o pagamento do seguro-defeso, benefício concedido a pescadores durante o período de proibição da pesca, e resultaram em um aumento anormal de 130 mil novos beneficiários no Maranhão entre 2023 e 2024 — número sem precedentes em outros estados.
Acordos com entidades suspeitas e vínculos políticos
De acordo com as investigações, vários dos ACTs firmados por Weslley foram assinados com entidades ligadas a grupos políticos e associações já investigadas na mesma operação.
Entre elas estão a Fecopema, presidida pelo deputado estadual Edson Araújo, e a Conafer, ambas suspeitas de participação em fraudes e lavagem de dinheiro.
Essas instituições são apontadas como parte da rede que teria se beneficiado de desvios milionários de recursos previdenciários e de intermediação irregular de benefícios destinados a pescadores.
Repercussão e questionamentos sobre a decisão
A promoção de um ex-gestor afastado por suspeitas de corrupção, especialmente durante o período de férias do presidente titular, gerou forte repercussão nos bastidores de Brasília.
Integrantes da própria autarquia e parlamentares ligados à CPMI do INSS veem a medida como um “retrocesso institucional” e cobram explicações sobre a decisão administrativa.
Até o momento, o INSS não se pronunciou oficialmente sobre os critérios que levaram à promoção de Weslley Aragão.
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