• Greve se amplia: Expresso Marina se junta à 1001 e paralisa transporte na Grande São Luís

    Paralisação ampliada: ônibus do Expresso Marina e da 1001 permanecem nas garagens, aumentando o caos no transporte público da Grande São Luís.
    Paralisação ampliada: ônibus do Expresso Marina e da 1001 permanecem nas garagens, aumentando o caos no transporte público da Grande São Luís.

    SÃO LUÍS – O transporte público da Grande São Luís amanheceu ainda mais prejudicado nesta segunda-feira (17). Além da paralisação já em curso na empresa 1001, os rodoviários do Expresso Marina também cruzaram os braços após novo atraso salarial. A greve atinge trabalhadores, estudantes e toda a população que depende diariamente dos ônibus para se deslocar.

    Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema), Marcelo Brito, os funcionários da Marina foram convocados para assinar a folha de pagamento, mas não receberam os vencimentos. Sem alternativa, decidiram parar imediatamente.

    A empresa opera entre 60 e 70 ônibus, atendendo bairros populosos como Cidade Operária, Cidade Olímpica, Jardim Tropical e Vila Janaína. A greve afeta diretamente a rotina de quem mora na região.

    Linhas do Expresso Marina afetadas

    Vila Cascavel, Mato Grosso, Tajipuru, Tajaçuaba, Vila Vitória, Cajupary/Nova Vida, Vila Aparecida, Cidade Olímpica, Santa Clara, Socorrão Rodoviária, São Raimundo/Bandeira Tribuzzi, Uema Ipase, Janaína Riod, Cidade Operária/São Francisco, José Reinaldo Tavares, Maiobinha, Tropical/Santos Dumont, Tropical/São Francisco.

    Bairros atingidos pela greve da 1001

    A paralisação iniciada sexta (14) continua e mantém mais de 200 ônibus recolhidos. Ao todo, 15 bairros seguem diretamente afetados:

    Ribeira, Vila Kiola, Vila Itamar, Tibiri, Cohatrac, Parque Jair, Parque Vitória, Alto do Turu, Vila Lobão, Vila Isabel Cafeteira, Vila Esperança, Pedra Caída, Recanto Verde, Forquilha e Ipem Turu.

    No total, mais de 270 ônibus estão fora de circulação na capital.

    Enquanto milhares de passageiros enfrentam longas filas, ônibus lotados e atrasos, cresce o impasse que envolve empresas, sindicato e Prefeitura.

    Crise no transporte: empresas culpam Prefeitura

    Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) afirma que a Prefeitura de São Luís deixou de repassar cerca de R$ 7 milhões em subsídios — valores necessários, segundo as empresas, para pagar salários, benefícios e manter o sistema funcionando.

    O SET diz ainda que o repasse está previsto em acordo homologado no TRT e que vem sendo descumprido pelo Município. Sem esse recurso, afirma, o risco é de paralisação total do sistema.

    Prefeitura condiciona repasse à volta de 100% da frota

    A Prefeitura, por meio da SMTT, rebate. Alega que o retorno do subsídio depende da operação integral da frota. É o ponto mais crítico do impasse:

    • Empresas dizem que não conseguem rodar 100% sem receber o subsídio.
    • Município afirma que só paga depois que 100% estiver rodando.

    Enquanto isso, a liminar do TRT — que garante a circulação mínima de 80% da frota em períodos de greve — segue válida.

    Sttrema vê risco de paralisação geral

    Interlocutores do sindicato dos rodoviários confirmam: outras empresas estão na mesma situação da 1001 e da Marina. Se não houver acordo rápido, a greve pode se espalhar por todo o sistema nos próximos dias.

    O que dizem os órgãos públicos

    MOB

    A agência informa que:

    • não tem ingerência sobre relações trabalhistas;
    • fiscaliza apenas o transporte semiurbano;
    • subsídio estadual está sendo pago regularmente.

    SET

    Mantém a versão de que a crise é causada pela falta do repasse municipal.

    SMTT

    Reitera que questões trabalhistas são de responsabilidade das empresas e do SET.
    Diz aguardar entendimento entre empresas e rodoviários para garantir o serviço.

    Impacto direto na vida do passageiro

    A segunda-feira começou com terminais cheios, atrasos e longas esperas. A população voltou a enfrentar o que se tornou rotina em São Luís: falta de previsibilidade, comunicação confusa e um sistema que opera sempre no limite.

    A incerteza sobre o fim da greve cresce à medida que empresas e Prefeitura trocam acusações e o impasse jurídico se arrasta.

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