
SÃO LUÍS (MA) — A greve dos rodoviários da empresa 1001 chegou ao terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira (26) e segue provocando fortes impactos no transporte público da capital maranhense. Ao todo, 162 ônibus permanecem fora de circulação, o que representa cerca de 30% da frota de São Luís, afetando diretamente milhares de passageiros.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão, a paralisação continua após mais uma tentativa frustrada de negociação com a empresa. Ainda na quarta-feira (24), o sindicato chegou a se reunir com representantes do setor empresarial, mas a proposta apresentada não foi aceita pela categoria, o que levou à manutenção da greve.
Impacto direto nos terminais e nos bairros
Com a redução expressiva da frota, o reflexo é sentido principalmente nos terminais de integração. No Terminal da Cohab, a movimentação nas primeiras horas da manhã foi intensa, com plataformas lotadas, longas filas e tempo de espera elevado. Passageiros relatam dificuldades para chegar ao trabalho, compromissos médicos e escolas.
A paralisação tem atingido principalmente bairros da região da Cohab, Forquilha e do eixo do Turu, onde a empresa 1001 concentra grande parte de suas linhas. Nenhum ônibus saiu da garagem da empresa, localizada no bairro da Forquilha, desde o início da greve.
Salários e benefícios seguem atrasados
Segundo o Sttrema, o principal motivo da paralisação é o atraso no pagamento de salários, além do 13º salário e do tíquete-alimentação dos rodoviários. A entidade sindical afirma que os trabalhadores só devem retomar as atividades após a regularização integral dos débitos.
A situação se arrasta mesmo após tentativas de mediação, agravando o cenário do transporte público na capital e gerando insatisfação tanto entre os usuários quanto entre os próprios rodoviários.
Prefeitura e consórcio acompanham o impasse
O impasse também envolve o poder público municipal. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes chegou a solicitar que o Consórcio Upaon-Açu assumisse temporariamente as linhas da empresa 1001, mas o pedido foi recusado.
Em outra medida emergencial, a Prefeitura de São Luís suspendeu o último repasse financeiro à empresa 1001 e destinou recursos para custear o transporte por aplicativo, como forma de reduzir os impactos da paralisação. Ainda assim, a solução tem alcance limitado diante da alta demanda da população.
Bairros afetados pela greve da 1001
Com a paralisação total da frota da empresa, 15 bairros estão sendo diretamente impactados. São eles:
- Ribeira
- Viola Kiola
- Vila Itamar
- Tibiri
- Cohatrac
- Parque Jair
- Parque Vitória
- Alto do Turu
- Vila Lobão
- Vila Isabel Cafeteira
- Vila Esperança
- Pedra Caída
- Recanto Verde
- Forquilha
- Ipem Turu
Moradores dessas regiões relatam que, em muitos casos, a única alternativa tem sido recorrer a transporte por aplicativo ou caminhadas longas até bairros vizinhos com oferta limitada de ônibus.
Greve segue sem previsão de término
Até o momento, não há previsão oficial para o fim da greve. O sindicato afirma que permanece aberto ao diálogo, mas reforça que a categoria não aceitará retornar ao trabalho sem garantias concretas de pagamento dos valores atrasados.
Enquanto o impasse continua, a população de São Luís segue enfrentando transtornos diários, em um cenário que reacende o debate sobre a dependência do sistema de transporte coletivo e a necessidade de soluções estruturais para evitar novas paralisações.
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