• Brasil entra na era dos foguetes comerciais: FAB mobiliza 400 profissionais no Maranhão

    Foguete HANBIT-Nano da Innospace durante preparação para lançamento em Alcântara
    Foguete HANBIT-Nano da Innospace durante preparação para lançamento em Alcântara

    A Força Aérea Brasileira (FAB) deu início, em 3 de novembro, à fase de execução da Operação Spaceward 2025, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
    O objetivo é lançar o foguete sul-coreano HANBIT-Nano, da empresa Innospace, em um marco histórico: o primeiro lançamento comercial do Brasil.

    A operação, coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), vai até o dia 28 de novembro e reúne cerca de 400 profissionais, entre militares e civis.

    Um novo marco para o Programa Espacial Brasileiro

    O diretor do CLA, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, destacou que o momento simboliza uma nova era para o Programa Espacial Brasileiro, consolidando o Brasil como potência na corrida espacial.

    “O CLA acumula mais de quatro décadas de operações e mais de 500 lançamentos. Hoje, iniciamos uma nova fase ao coordenar o lançamento inaugural do HANBIT-Nano, um foguete com carga majoritariamente brasileira”, afirmou o coronel.

    Segundo ele, o projeto evidencia maturidade técnica, soberania operacional e capacidade de atrair parcerias internacionais.

    Equipe multidisciplinar e cooperação internacional

    A missão envolve 300 militares e 100 civis brasileiros, além de 60 profissionais estrangeiros da Coreia do Sul. A equipe atua em áreas como engenharia, telemetria, comunicações, segurança de voo, medicina aeroespacial e prevenção de interferências eletromagnéticas.

    A operação é resultado de um edital da Agência Espacial Brasileira (AEB) lançado em 2020. A Innospace, selecionada em 2022, é a primeira empresa estrangeira a realizar um lançamento a partir de território brasileiro.

    Foguete HANBIT-Nano: tecnologia híbrida e inovação

    O HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios e propulsão híbrida (sólido e líquido).
    Com 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e quase 20 toneladas, ele pode transportar até 90 quilos de carga útil.

    O voo será acompanhado por cinco satélites e três experimentos tecnológicos, desenvolvidos por empresas e universidades do Brasil e da Índia.

    Participação brasileira e impacto científico

    Entre os participantes brasileiros estão:

    • Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com dois satélites;
    • Agência Espacial Brasileira (AEB), com sistemas de navegação desenvolvidos em parceria com a UFSC e empresas nacionais;
    • Castro Leite Consultoria (CLC), com tecnologia de navegação por satélite (GNSS).

    Da Índia, participa a Grahaa Space, responsável por um pequeno satélite voltado à observação terrestre e estudos climáticos.

    CLA: vantagem estratégica global

    Localizado próximo à linha do Equador, o Centro de Lançamento de Alcântara é considerado um dos mais eficientes do mundo para lançamentos orbitais, pois exige menos combustível para atingir o espaço.

    Com essa operação, o Brasil entra oficialmente no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novas oportunidades econômicas e tecnológicas para o país.

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