
Linha de kitesurf machuca menino de 9 anos na Praia do Olho d’Água em São Luís; pais pedem mais segurança e Bombeiros reforçam distância mínima entre velejadores e banhistas.
O que era para ser um Dia das Crianças tranquilo virou motivo de preocupação na Praia do Olho d’Água, em São Luís. Mauro Santos e o filho Antônio, de 9 anos, aproveitaram o domingo (12) à beira-mar quando uma linha de pipa de kitesurf, arrastada pelo vento, atingiu o pescoço do garoto, causando cortes superficiais. “Doeu bastante. Eu fico preocupado e não quero que isso aconteça com ninguém”, desabafou Antônio. O incidente chamou atenção para a necessidade de regras claras e fiscalização. “O esporte está crescendo muito, mas precisa de um olhar para esse ponto de vista, de legislar o esporte e ter um cuidado com a segurança”, observou Mauro.
Debate sobre segurança
Instrutor e atleta de kitesurf, Vinicius Félix pontua que a maioria dos praticantes segue normas rigorosas. Segundo ele, cursos de formação abordam aspectos teóricos e práticos, com foco no gerenciamento de risco: identificar pontos de perigo e evitá‑los, tanto para o próprio velejador quanto para os banhistas ao redor.
A preocupação com a convivência harmoniosa entre banhistas e kitesurfistas não é nova. Em 2020, moradores do Olho d’Água denunciaram que alguns atletas realizavam manobras perigosas próximos à beira da praia, desrespeitando as Normas da Autoridade Marítima (Normam) e pondo em risco a integridade dos frequentadores. À época, o Corpo de Bombeiros confirmou a ocorrência de acidentes envolvendo kitesurfistas e banhistas ou vendedores ambulantes e orientou que a modalidade fosse praticada a partir de 200 metros da costa, distância prevista nas normas.
Recomendações das autoridades
O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), responsável pelo salvamento nas praias da capital, reforça a necessidade de medidas preventivas. O tenente-coronel Lisboa lembra que o trabalho da corporação inclui tanto intervenções em emergências quanto ações educativas. “Recomendamos aos kitesurfistas e às guarderias que mantenham uma distância segura dos banhistas”, afirmou. Embora o regulamento exija 200 metros de afastamento, o oficial sugere que, pelo menos, 100 metros sejam respeitados em trechos de grande movimento para evitar incidentes.
O episódio envolvendo Antônio reacende o debate sobre a regulamentação do kitesurf em áreas urbanas. Pais e frequentadores cobram maior fiscalização e sinalização, enquanto praticantes enfatizam a importância de formação adequada e respeito às normas. É consenso que, com diálogo e responsabilidade, esporte e lazer podem coexistir de forma segura nas praias de São Luís.
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