• Márcia Dantas rebate polêmica sobre preços na COP 30 e defende valor cultural e logístico do queijo do Marajó

    Márcia Dantas, da Jovem Pan News, defende os produtos amazônicos e o valor cultural do queijo do Marajó após críticas aos preços na COP 30, em Belém.
    Márcia Dantas, da Jovem Pan News, defende os produtos amazônicos e o valor cultural do queijo do Marajó após críticas aos preços na COP 30, em Belém.

    A polêmica sobre os preços dos alimentos na COP 30, realizada em Belém (PA), ganhou novos contornos após a intervenção da apresentadora Márcia Dantas, da Jovem Pan News. O debate começou quando o jornalista Márcio Gomes, da CNN, relatou em vídeo ter pago R$ 99 por um combo com dois salgados e um refrigerante durante o evento climático.

    Segundo Gomes, o lanche incluía uma quiche de espinafre (R$ 70) e um salgado de camarão com queijo (R$ 29). A publicação gerou forte repercussão nas redes sociais e dividiu opiniões sobre o custo dos produtos e o valor da gastronomia regional.

    Em resposta, Márcia Dantas, que é paraense, utilizou suas redes sociais para contextualizar os preços e defender os produtos típicos da Amazônia, apontando o valor cultural, artesanal e logístico por trás dos alimentos vendidos no evento.

    A defesa de Márcia Dantas: “O queijo do Marajó é uma iguaria, não um produto comum”

    A apresentadora destacou que o queijo do Marajó — um dos ingredientes usados nos salgados vendidos na COP 30 — é muito mais do que um simples alimento.

    “O queijo do Marajó tem indicação geográfica, é feito apenas na Ilha do Marajó, com leite de búfala, e segue regras rigorosas de fabricação”, explicou Dantas.

    Ela lembrou que o quilo do queijo pode custar até R$ 200, e que, ao utilizar cerca de 70 gramas no preparo de um salgado, apenas o ingrediente representa R$ 14 do valor final. Somando-se mão de obra, transporte e energia elétrica, o preço de R$ 29 deixa de parecer abusivo.

    “Aqui em São Paulo se paga R$ 29 em pão com ovo gourmetizado, sem reclamar”, ironizou a apresentadora, criticando a falta de valorização dos produtos regionais.

    Logística complexa e valorização do artesanal

    Márcia Dantas também destacou os desafios logísticos da Amazônia, que influenciam diretamente no custo dos produtos. O transporte do queijo do Marajó, por exemplo, envolve longas distâncias e altos custos de refrigeração.

    “O trajeto da Ilha do Marajó até Belém pode levar mais de três horas de lancha ou até 24 horas em barco comum”, explicou.

    Ela ressaltou que, por se tratar de um produto artesanal e raro, o queijo carrega um valor agregado legítimo.

    “Quando é produto artesanal da Amazônia, acham caro. Mas quando é algo ‘gourmetizado’ na Paulista, é normal? A gente precisa aprender a valorizar o nosso”, afirmou Dantas.

    Cultura, identidade e economia local

    A fala de Márcia Dantas foi recebida com apoio por muitos internautas, que concordaram com a necessidade de reconhecer o valor simbólico e econômico dos produtos amazônicos. O debate também reacendeu a discussão sobre a sustentabilidade cultural e o turismo gastronômico da região, especialmente em eventos internacionais como a COP 30.

    A apresentadora encerrou seu posicionamento enfatizando que preço e valor são coisas diferentes, e que o público precisa compreender o contexto antes de julgar.

    “Por trás de um salgado amazônico, há uma cadeia de trabalho, transporte, cultura e identidade. Isso tem valor”, concluiu.

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