• Polêmica no Maranhão: medalha para Janja divide Assembleia

    Ex-prefeita de Amarante, Adriana Ribeiro, foi condenada por improbidade após iniciar novas obras e deixar outras inacabadas com recursos da educação. Decisão reforça fiscalização sobre o uso do dinheiro público no Maranhão.
    Ex-prefeita de Amarante, Adriana Ribeiro, foi condenada por improbidade após iniciar novas obras e deixar outras inacabadas com recursos da educação. Decisão reforça fiscalização sobre o uso do dinheiro público no Maranhão.

    Uma proposta da deputada estadual Ana do Gás (PCdoB) para conceder a medalha Manuel Beckman — a mais alta honraria do Legislativo maranhense — à primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, gerou uma verdadeira onda de reações políticas e populares no Maranhão.

    A homenagem, apresentada como reconhecimento às “relevantes contribuições sociais e educacionais” da primeira-dama, rapidamente se transformou em um novo capítulo da polarização política que domina o país.

    A medalha mais cobiçada da Alema

    A medalha Manuel Beckman é concedida a personalidades com serviços prestados ao povo do Maranhão. O que chamou atenção, no entanto, é que a mesma Assembleia Legislativa rejeitou, no passado, proposta semelhante para homenagear Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.

    A comparação levantou questionamentos dentro e fora do plenário:

    “Se Michelle não merecia, por que Janja mereceria?”, questionou o jornalista Ricardo Marques durante o programa Tá Na Hora Maranhão, da TV Difusora/SBT.

    O comentário reflete a percepção de muitos maranhenses que enxergam na proposta um viés político mais do que uma homenagem técnica.

    Critérios ou conveniência?

    Na justificativa do projeto, Ana do Gás destacou que Janja tem trajetória marcada “pelo compromisso com o desenvolvimento humano, a justiça social e a defesa dos direitos das minorias”.

    Mas críticos apontam que a justificativa não cita nenhuma ação direta voltada ao Maranhão, o que seria requisito essencial para o recebimento da medalha.

    “O Maranhão não aparece em nenhum momento na justificativa. A medalha é uma honraria para quem tem serviço prestado ao estado”, comentou o apresentador Adalberto Melo, também durante o Tá Na Hora Maranhão.

    O debate rapidamente tomou conta das redes sociais, com centenas de comentários divididos entre apoio e críticas à proposta.

    Polarização e ironia

    Enquanto uns defendem a homenagem como justa, outros enxergam apenas mais um reflexo da disputa Lula x Bolsonaro dentro das instituições.

    A discussão ficou ainda mais leve e irônica quando o jornalista brincou no ar:

    “Sou mais o mala do Miguelito! Vamos lançar a campanha ‘medalha para o Miguelito’.”

    O tom bem-humorado não esconde, porém, a seriedade da polêmica: o uso de honrarias públicas como instrumento político — um tema que volta e meia expõe as contradições da política maranhense.

    O caso mostra como o ambiente político segue dividido, e como pequenos gestos simbólicos podem reacender a chama da polarização em ano pré-eleitoral.

    O que vem a seguir

    A proposta ainda precisa passar pela Comissão de Ética e pelo plenário da Assembleia Legislativa. Mesmo que não seja aprovada, o caso já ganhou as manchetes e o debate público — transformando a medalha Manuel Beckman em símbolo de mais uma disputa política entre governo e oposição.

    No fim, o Maranhão volta a ser palco da batalha nacional entre lulistas e bolsonaristas, agora travada em torno de uma medalha.

    O episódio vai além da homenagem a Janja. Ele expõe como a política local absorve as tensões do cenário nacional, mistura símbolos com ideologia e coloca em xeque o próprio significado das honrarias públicas.

    Independentemente do resultado, o caso já entrou para a lista das maiores polêmicas políticas do ano no Maranhão.

    👉 E você, o que acha?
    A medalha Manuel Beckman deve ser concedida a quem tem serviços diretos ao Maranhão — ou personalidades nacionais também merecem esse reconhecimento?
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