• MP investiga concurso de dança em Zé Doca por conteúdo sexualizado e presença de crianças na plateia

    Concurso de dança em Zé Doca levanta investigação do MP por apresentar conteúdo sexualizado na presença de crianças.
    Concurso de dança em Zé Doca levanta investigação do MP por apresentar conteúdo sexualizado na presença de crianças.

    O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) está investigando um concurso de dança promovido pela Prefeitura de Zé Doca, a cerca de 300 quilômetros de São Luís, após a divulgação de vídeos que mostram apresentações com conotação sexual e a presença de crianças na plateia. O evento, realizado no dia 14 de dezembro, ocorreu logo após a inauguração de uma obra no município e gerou grande repercussão.

    O concurso e as apresentações

    O concurso de dança foi realizado após a cerimônia oficial de inauguração da obra, que contou com a presença de autoridades locais e moradores da comunidade. Durante a competição, três casais subiram ao palco e apresentaram danças consideradas sexualizadas, o que, segundo o MP, levantou sérias preocupações sobre o conteúdo exibido e a adequação do evento.

    O concurso gerou polêmica ao expor o público, incluindo crianças e adolescentes, a apresentações com uma conotação sexual explícita. A presença de menores na plateia, que assistiram às apresentações, elevou a gravidade da situação, gerando investigações sobre possíveis violações de direitos.

    Possíveis violações ao ECA

    De acordo com o Ministério Público, o evento pode configurar uma violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a proteção integral de crianças e adolescentes, especialmente no que diz respeito a situações que possam comprometer sua dignidade moral, psicológica e sexual. O MP-MA destacou que a exposição de menores a conteúdos inadequados, em eventos públicos, fere princípios fundamentais do ECA e exige responsabilização dos envolvidos.

    O órgão apontou que o evento, ao permitir apresentações com conteúdo sexualizado na presença de crianças, coloca em risco os direitos das crianças e adolescentes de forma clara, contrariando as diretrizes do ECA.

    Responsabilidade criminal dos organizadores

    Em seu parecer, o Ministério Público informou que os responsáveis pela organização do evento poderão ser processados por diferentes crimes previstos no Código Penal, incluindo:

    • Ato obsceno: com pena de um a três anos de detenção.
    • Ato libidinoso: com pena de dois a quatro anos de reclusão.

    Além disso, a investigação busca identificar quem autorizou e organizou o concurso, além de apurar se houve omissão ou conivência de agentes públicos envolvidos na realização do evento. A responsabilização dos envolvidos se torna fundamental, especialmente considerando a presença de menores de idade na plateia.

    Falta de pronunciamento da Prefeitura

    A Prefeitura de Zé Doca foi procurada para comentar o caso, mas, até o fechamento desta matéria, não havia se manifestado oficialmente sobre o ocorrido. O MP-MA segue com as investigações e poderá solicitar novos esclarecimentos à administração municipal, à medida que avança na coleta de informações.

    O caso levanta questões importantes sobre a responsabilidade dos organizadores de eventos públicos e sobre como garantir a proteção dos direitos das crianças e adolescentes em situações de exposição a conteúdos inadequados. A investigação do MP-MA promete trazer à tona as falhas nas práticas administrativas e responsabilizar os envolvidos em eventuais violações ao ECA.

    Deixe uma resposta