• Roseana Sarney detalha tratamento contra câncer de mama triplo-negativo e fala sobre fé, coragem e rotina “para gente grande”

    Roseana Sarney durante tratamento contra câncer de mama triplo-negativo, em São Paulo.
    Roseana Sarney durante tratamento contra câncer de mama triplo-negativo, em São Paulo.

    A deputada federal e ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (MDB), 72 anos, abriu o coração ao jornal O Globo ao detalhar a batalha que trava contra um câncer de mama triplo-negativo, um dos tipos mais agressivos da doença. Em tratamento no Hospital Sírio-Libanês desde agosto, ela descreveu efeitos colaterais fortes, mudanças profundas na rotina, momentos de fragilidade e a força que tem buscado diariamente para seguir adiante.

    Roseana conta que o diagnóstico veio após perder peso de forma inesperada. Ao realizar novos exames, a equipe médica identificou o tumor. A ex-governadora lembra que planejava passar apenas cinco dias em São Paulo, mas, ao receber a confirmação do câncer, iniciou imediatamente um protocolo intenso — e segue internada na capital paulista há três meses.

    Rotina rígida de quimioterapia e imunoterapia

    A parlamentar está concluindo a 12ª sessão da primeira fase do tratamento, que combina quimioterapia e imunoterapia. Após essa etapa, fará mais quatro ciclos a cada 21 dias, com outra medicação, até realizar a cirurgia prevista para o início de 2026.

    A rotina inclui internações semanais de aproximadamente três dias, monitoramentos constantes e uma série de cuidados para lidar com efeitos colaterais — alguns bastante severos.

    “É um tratamento para gente grande”, disse Roseana, lembrando que já precisou até de transfusão de sangue.

    Efeitos colaterais fortes e mudanças físicas

    Roseana relatou ter enfrentado:

    • coceira intensa;
    • manchas na pele;
    • alteração na tireoide;
    • perda parcial do paladar;
    • cansaço extremo;
    • dificuldade de concentração;
    • perda de apetite.

    Apesar das adversidades, tenta manter caminhadas leves, ler, rezar e acompanhar a política, mesmo que à distância.

    “Foi libertador”: a decisão de não usar peruca

    A ex-governadora contou que raspou os cabelos por conta da queda acelerada e chegou a experimentar uma peruca. Porém, ao chegar em casa, tomou uma decisão inesperada:

    “Pensei: por que vou usar isso? Tirei e nunca mais usei. Foi libertador.”

    Ela reconhece que a aparência mexeu com a família. Seu pai, o ex-presidente José Sarney, teria ficado profundamente tocado ao vê-la careca pela primeira vez.

    Fé, espiritualidade e apoio familiar

    Roseana afirma que tem buscado equilíbrio emocional com oração, Bíblia, música e conversas com o marido, Jorge Murad, que a acompanha em praticamente todas as etapas do tratamento. Ela deverá passar o Natal em São Paulo, por recomendação médica.

    Aos 72 anos, e com histórico de outros problemas graves de saúde — entre eles aneurisma, nódulo no pulmão, cirurgia intestinal e um câncer de mama há mais de duas décadas —, Roseana diz que tenta enfrentar a doença com coragem e serenidade.

    “Choro, rezo e passa. Trabalho minha cabeça para ser otimista.”

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