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Bombeiros maranhenses reforçam missão humanitária no Rio Grande do Sul

Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta uma das piores enchentes de sua história, uma mobilização nacional se fortalece para oferecer ajuda e esperança. O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) tem feito a diferença na missão humanitária pelo estado gaúcho e promovido um trabalho de êxito nas operações de busca e resgates de pessoas e animais. A equipe é composta por 24 bombeiros e três cães de resgate, que contam com suporte de veículos e equipamentos adequados para operações deste porte. Eles vêm reforçando a corrente solidária à população em atuação nas cidades de Pelotas, Lajeado e Porto Alegre.

O comandante-geral do CBMMA, coronel Célio Roberto,  pontuou que a prioridade é salvar vidas e garantir o devido auxílio para amenizar a dor das famílias afetadas por este desastre sem precedentes. “Nossos militares são preparados e estão à postos para salvar vidas humanas e dos animais também. O trabalho é árduo, mas gratificante e nos sentimos privilegiados em ver nosso honrados bombeiros nessa força-tarefa nacional pelos nossos irmãos gaúchos, nesses momentos de dificuldades. Unidos vamos contribuir para reduzir esse sofrimento”, pontuou.

São inúmeras as adversidades, principalmente, as condições climáticas extremas e a logística complexa de operar em áreas inundadas, que tornam maiores os desafios para as equipes de salvamento. Os bombeiros maranhenses são especializados em salvamentos especiais com capacitações em busca e salvamentos especiais, adestramento de cães de resgate e operações em áreas alagadas, estando aptos a operar em qualquer tipo de cenário. Na região, eles trabalham no resgate de pessoas que estão isoladas nas áreas inundadas, prestam assistência médica de emergência, apoiam na evacuação das áreas de risco, resgatam animais, distribuem suprimentos de primeira necessidade e auxiliam na segurança pública.

Para atender a esta demanda, o Governo do Maranhão garantiu apoio logístico e em recursos, possibilitando o aparato necessário para a atuação dos bombeiros na missão humanitária. A equipe conta com equipamentos específicos para este tipo de operação (barraca de acampamento, bote inflável com motor, equipamentos de mergulho, além de itens para uso em águas rápidas como coletes especiais, flutuadores, cabos para ancoragem, monóculo termal, roupa especial de mergulho, entre outros), além do suporte de veículos – moto aquática, van e viaturas.

Os bombeiros maranhenses participaram ainda, da organização do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), que concentra informações sobre as operações executadas na região.

Missão maranhense

Para os bombeiros maranhenses mobilizados nesta missão humanitária, trata-se de mais uma oportunidade para por em prática o lema ‘vidas alheias e riquezas a salvar’. “Cada vida que resgatamos é uma vitória. Estou orgulhosa em fazer parte desta equipe dedicada. Ver o alívio nos olhos das pessoas que ajudamos é a maior recompensa”, avalia o comandante da equipe maranhense na região, coronel Wellington Lima.

Pela primeira vez em missões deste porte, o aspirante Cássio Levi vê na missão uma chance de praticar o que aprendeu nos cursos específicos dos quais participou e mostra a capacidade, solidariedade e espírito de equipe dos bombeiros maranhenses.

“Para mim, é uma honra, uma satisfação poder ser parte de uma equipe aguerrida, corajosa e que está preparada para enfrentar qualquer desafio pela vida humana. Os desafios são grandes, mas a determinação é ainda maior e esses percalços serão superados com a união de esforços. É o que nos propomos e estamos fazendo no Rio Grande do Sul”, enfatizou.

Reforçando o lema da corporação, que diz: “Toda a vida importa”, o major Wenzel Souza Nicácio destacou que “os animais também merecem nossa ajuda e, estou feliz em podermos fazer a diferença também para estas vidas”. O tenente Luzinaldo Colins Algarvio destaca que “é uma honra servir em uma missão tão nobre e estamos aqui para servir e ajudar, hoje e sempre”.

Integrando a missão maranhense no Rio Grande do Sul, os majores Fernando Fernandes e Claúdio Rodrigues, da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Maranhão, estão na cidade de Lajeado, Rio Grande do Sul, compondo o Grupo de Apoio à Desastres (GADE). O órgão é coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Na cidade, eles auxiliam, entre outros, na decretação e solicitação de recursos para o restabelecimento da normalidade e reconstrução de pontes, estradas e casas.

União nacional

A cooperação entre diferentes instituições é um diferencial da força-tarefa nacional pelo Rio Grande do Sul e tem sido decisiva para êxito da missão humanitária. A atuação dos bombeiros soma na união de esforços para mitigar os danos causados pelas enchentes na região e proteger a vida e a propriedade dos cidadãos gaúchos.

“Os bombeiros maranhenses estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades locais, em parceria com demais órgãos da segurança, a fim de garantir uma resposta coordenada e eficaz em benefício daquela população atingida”, reforça o coronel Célio Roberto.

Campanha 

O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão também reforça a campanha nacional para arrecadação de donativos ao Rio Grande do Sul. Os pontos de coleta são batalhões da corporação em São Luís (1°BBM, na avenida Alexandre de Moura, 361, Centro, ao lado do Parque Bom Menino; e 2°BBM, à rua  Padre Antônio Vieira, sn, Cohab Anil IV), Imperatriz (3°BBM, à rua Leôncio Pires Dourado, n° 1286, Bacuri, ao lado do quartel da Polícia Militar) e em Balsas (4°BBM, na avenida Governador Luís Rocha, BR 230, sn, bairro Potosi).

Podem ser doados itens como: água, agasalhos, cesta básica (não-perecíveis), material de limpeza e higiene pessoal, colchões e cobertores, além de ração para animais.

Participam da mobilização o Consórcio Nordeste, o Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom), a Defesa Civil Nacional, Correios e a Força Aérea Brasileira (FAB), sob coordenação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Dois trabalhadores são resgatados de carvoarias em Grajaú e Sítio Novo

Os empregados eram carbonizadores e estavam submetidos à jornada exaustiva. Eles recebiam apenas R$ 3,00 por metro cúbico de carvão produzido.

Operação conjunta realizada pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA), Polícia Federal e Superintendência Regional do Trabalho resgatou dois trabalhadores em situação análoga à escravidão em duas carvoarias nos municípios de Grajaú e Sítio Novo.

Os dois resgatados atuavam como carbonizadores, que são responsáveis pelo controle da queima da madeira nas carvoarias. Os profissionais acompanhavam de forma ininterrupta o processo de queima nos fornos, para garantir que a madeira iria transformar-se em carvão.

A jornada exaustiva exigia presença diuturna na frente de trabalho, sem descanso ou hora para dormir durante toda a noite. “Eles estavam submetidos à jornada exaustiva, pois, além de acompanhar a queima da madeira durante o dia, passavam a noite toda controlando os fornos, o que impedia o descanso, o sono e até mesmo o intervalo durante essa jornada”, explica o procurador-chefe do MPT-MA, Luciano Aragão, presente na operação.

Ar poluído na carvoaria

Além da jornada exaustiva, as duas vítimas inalavam ar contaminado por partículas liberadas durante a produção do carvão, conhecidas como PM2.5, considerada uma das mais nocivas à saúde, pois causam doenças respiratórias e cardiovasculares, englobando de câncer no pulmão à ataques cardíacos e derrames cerebrais.

Uso de equipamento para medir poluição

Durante o resgate, o MPT-MA utilizou um sensor para aferir a presença das partículas PM2.5 no ar. O equipamento registrou um índice de 999.9 partículas por metro cúbico, sendo que o limite recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é 15 partículas por metro cúbico, ou seja: o nível de partículas na carvoaria estava 66 vezes acima do tolerável pelas autoridades sanitárias, atestando a condição insalubre de trabalho devido à poluição do ar.

Pós-Resgate

Depois de resgatados, os dois trabalhadores receberam as verbas trabalhistas devidas. Eles terão acesso ao seguro-desemprego e receberão três parcelas do benefício de um salário￾mínimo cada, por terem sido vítimas de trabalho escravo.

O dono de uma das carvoarias firmou um termo de ajuste de conduta (TAC) com o MPT-MA, comprometendo-se a garantir o respeito aos direitos dos trabalhadores e a manutenção de ambiente de trabalho em condições dignas de saúde e segurança aos empregados. O proprietário da outra carvoaria ainda terá audiência com o MPT-MA neste mês de agosto.

Depoimentos dos trabalhadores

Em depoimento aos auditores fiscais do trabalho, o trabalhador da carvoaria de Grajaú afirmou que o pagamento era feito por produção. Ele recebia R$ 3,00 por metro cúbico de carvão produzido. Por esta razão, a vítima trabalhava 24 horas por dia, ficando apenas duas
horas do dia sem checar os fornos. Por mês, o trabalhador tinha apenas 5 dias de folga, além de não possuir nenhum EPI (equipamento de proteção individual) de qualidade.

O outro trabalhador resgatado em Sítio Novo também recebia pagamento de R$ 3,00 por metro cúbico de carvão produzido. Sua rotina começava à meia-noite, indo checar os fornos a cada duas horas, e que somente descansava quando não havia produção de carvão. Nessas “checagens”, ele levava em torno de 30 minutos a uma hora para concluir o serviço. A vítima afirma que não tinha EPI e que a máscara fornecida não era a adequada para o trabalho.

Operação Resgate II

O resgate nas duas carvoarias no Maranhão integra a Operação Resgate II, a maior ação conjunta no país com a finalidade de combater o trabalho análogo ao de escravo e o tráfico de pessoas, integrada pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Previdência, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Participaram ativamente do resgate das vítimas em todo o Brasil mais de 100 auditoras e auditores fiscais do Trabalho, 150 policiais federais, 80 policiais rodoviários federais, 44 procuradoras e procuradores do Trabalho, 12 defensoras e defensores públicos federais e 10 procuradoras e procuradores da República.

Recebimento de denúncias

Só no ano de 2020, o MPT-MA recebeu 28 denúncias de trabalho escravo em território maranhense. Em 2021, foram feitas 33 denúncias sobre o crime da escravidão ao MPT-MA. Em 2022, o órgão instaurou 28 procedimentos para apurar denúncias de trabalho escravo em todo o Maranhão.

Denuncie

Denúncias de casos de trabalho escravo e outras irregularidades trabalhistas podem ser feitas
24 horas por dia ao MPT pelo site mpt.mp.br ou pelo aplicativo Pardal MPT, para aparelhos que operam nos sistemas Android e iOS. É possível denunciar de forma anônima ou sigilosa.

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