A escadaria principal do Fórum Des. Sarney Costa (Calhau) ganhou, nesta segunda-feira (19), a imagem da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, pintada pelo artista visual Gil Leros. A homenagem feita pela Corregedoria Geral de Justiça do Maranhão, em parceria com o Sindicato dos Servidores do Judiciário (Sindjus-MA), lembra o bicentenário de nascimento da primeira romancista negra do Brasil.
O corregedor geral de Justiça, desembargador Froz Sobrinho, disse durante a inauguração da obra de arte que a imagem da escritora ilustrando a escadaria do maior Fórum de Justiça do Maranhão é representatividade, significa a proximidade do judiciário com o cidadão. O desembargador lembrou que cerca de cinco mil pessoas têm acesso todos os dias ao Fórum da capital e que a pintura da romancista maranhense ocupa um espaço estratégico de grande visibilidade para quem chega ao prédio ou simplesmente passa na avenida que fica em frente ao Fórum.
O presidente do TJMA, desembargador Paulo Velten, parabenizou a CGJ e o Comitê da Diversidade pela escolha da imagem que ilustra a escadaria do Fórum, ressaltou a história da mulher negra que se tornou romancista ainda muito jovem e a representatividade que traz a pintura de Maria Firmina dos Reis em um dos principais prédios do Judiciário maranhense.
O juiz e escritor Antônio Agenor Gomes, que contribuiu como biógrafo para que o artista visual Gil Leros pudesse criar a imagem de Maria Firmina que ilustra a escadaria, apresentou, durante a solenidade, uma biografia resumida da romancista. “Temos aqui uma mulher filha de ex-escravisada; tornou-se professora aos 22 anos, por meio de concurso público em 1947, na cidade de Guimarães, interior do Maranhão, onde viveu a maior parte da sua vida. Essa pintura mostra a preocupação do Tribunal de Justiça com a representatividade, com a mulher, com o negro”, disse o magistrado. Ele afirmou que Maria Firmina, nascida em São Luís, em 11 de março de 1822, foi a primeira mulher na literatura brasileira a dar destaque aos negros. Ela escreveu “Úrsula”, sua primeira obra, quando tinha apenas 18 anos de idade.
Gil Leros disse que demorou três noites para, junto com sua equipe desenhar e pintar a imagem na escadaria. A principal dificuldade, segundo o artista visual, foi o fato de não existirem fotografias ou imagens reais da escritora e que ele precisou recorrer às descrições feitas por biógrafos para realizar o trabalho artístico. “Respeitamos as características descritas, de mulher negra, de personalidade forte, de primeira autora de romance abolicionista do país”, explicou.
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