O cerco da Justiça se fechou contra o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, que agora é oficialmente réu por envolvimento em um esquema milionário de corrupção. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), após o Judiciário do Maranhão acolher a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, apontando um suposto desvio de R$ 55 milhões dos cofres públicos. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas e responderão à ação penal, entre elas o próprio prefeito, seus familiares e aliados políticos.
As investigações são fruto da Operação Tríade, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e revelam uma teia de fraudes em licitações, contratos superfaturados, empresas de fachada, peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com o MP, os acusados operavam um sofisticado esquema de desvio de recursos públicos através de contratos simulados com valores inflados, beneficiando diretamente os envolvidos.
Felipe dos Pneus chegou a ser afastado do cargo em 2023, no auge das investigações, mas voltou à prefeitura antes mesmo de a denúncia ser aceita pela Justiça. Agora, com a transformação dele e dos demais investigados em réus, o processo avança para a fase de instrução, com coleta de provas, depoimentos e análise dos contratos questionados.
Além do prefeito, também se tornaram réus: Welker Carlos Rolim, Antônio Francisco Rocha de Abreu, Janete de Macedo Moreira, Talita Abreu de Almeida, Renato Serra Trinta Abreu, João Gilberto do Carmo Dias Filho, Liliane Gatinho Viana, Thais Abreu Melo Martins Costa, Lya Fernanda Costa Alves, Thalihina Rodrigues de Carvalho (irmã do prefeito), Antônio Barbosa de Carvalho (pai do prefeito), Antônio José de Magalhães Neto e Samuel Martins Costa Filho.
Segundo o Gaeco, as provas reunidas até aqui indicam um desvio sistemático de verbas públicas com movimentações financeiras suspeitas, favorecimento de aliados e uso de familiares em empresas criadas para fraudar licitações. A denúncia, protocolada em janeiro deste ano, será aprofundada durante o curso do processo na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
As penas previstas para os crimes somados ultrapassam 50 anos de reclusão. A expectativa agora gira em torno dos depoimentos e do aprofundamento das provas, que podem revelar ainda mais detalhes sobre um dos maiores escândalos de corrupção recente envolvendo uma prefeitura maranhense.
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