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Inter empata com Corinthians no Beira-Rio após pênalti polêmico no último lance e clima explode no sul

Carbonero cobra pênalti nos acréscimos e garante empate do Internacional contra o Corinthians no Beira-Rio.

Carbonero cobra pênalti nos acréscimos e garante empate do Internacional contra o Corinthians no Beira-Rio.

O Beira-Rio foi palco de mais um capítulo tenso da história entre Internacional e Corinthians, nesta quarta-feira. A partida, que terminou em 1 a 1, poderia ter sido a primeira vitória alvinegra no estádio gaúcho em nove anos, mas tudo mudou no último suspiro, com um pênalti polêmico marcado para o Colorado no derradeiro segundo de jogo.

O time paulista vencia desde os 9 minutos do primeiro tempo, com mais um gol de Gui Negão, de peixinho, após assistência precisa de Matheuzinho. O tento dava ao Corinthians uma vitória improvável, já que o time pouco produziu ofensivamente. O Internacional, por sua vez, empilhava erros, desperdiçava chances e ouvia vaias da pequena torcida presente – pouco mais de 12 mil colorados.

Mas a noite reservava um roteiro dramático. Aos 51 do segundo tempo, o árbitro foi chamado pelo VAR para revisar um suposto puxão de Cacá em Bruno Henrique dentro da área. A marcação gerou revolta: para muitos, o contato não foi suficiente para derrubar o atacante. Ainda assim, o juiz apontou para a marca da cal.

Coube a Carbonero bater e decretar o empate: 1 a 1.

Pênalti polêmico e DVD alvinegro: lembranças e ironia

O lance gerou indignação no lado corintiano, que já se preparava para comemorar um triunfo raro e importante fora de casa. Com ironia, torcedores lembraram o episódio dos “DVDs enviados à CBF” em reclamações históricas e afirmaram que, desta vez, quem deve mandar material para a entidade é o Timão.

Do lado colorado, o empate teve gosto de alívio: ainda que o futebol tenha sido pobre, escapar da derrota dentro de casa, depois de nove anos de tabu contra o rival paulista, evitou uma crise ainda maior.

Análise: Inter martela, Corinthians resiste

Do ponto de vista tático, o jogo foi aberto, mas tecnicamente fraco. O Internacional, comandado por Ramón Díaz e seu filho Emiliano, até martelou no segundo tempo, mas não conseguiu exigir grandes defesas do goleiro Hugo. Errou passes em excesso e mostrou nervosismo diante de um adversário que se fechava.

O Corinthians, mesmo limitado, foi mais eficiente: acertou na única finalização do primeiro tempo e depois apostou na retranca para segurar o placar. Entradas de Maycon, Martínez e Romero deram mais fôlego ao meio-campo, mas não mudaram o estilo da equipe.

No fim, prevaleceu o nervosismo colorado contra a tentativa paulista de gastar o tempo. A arbitragem decidiu a história.

Situação na tabela

O empate deixa claro o momento delicado dos dois clubes. Corinthians e Internacional estão mais próximos da zona de rebaixamento (Z-4) do que do G-4, e precisam reagir para não transformarem a temporada em um pesadelo.

Para o Timão, o ponto conquistado em Porto Alegre é valioso e dá um pequeno respiro. Já para o Colorado, o empate em casa, com direito a vaias, aumenta a pressão sobre Ramón Díaz e seu elenco.

Conclusão: mais tensão do que futebol

O duelo entre Inter e Corinthians no Beira-Rio reforçou a dura realidade de dois gigantes que vivem mais de turbulência do que de futebol convincente. Foi um jogo de muito suor, reclamações e polêmicas, mas pouco brilho.

Se o Timão saiu de campo irritado com a arbitragem, o Inter deixou o gramado aliviado por escapar de uma derrota que poderia incendiar ainda mais o ambiente.

Cruzeiro vence com eficiência, São Paulo domina sem objetividade – e Rafael evita vexame

O futebol, muitas vezes, não premia quem tem a bola. No Mineirão, pela 22ª rodada do Brasileirão, o Cruzeiro venceu o São Paulo por 1 a 0, com gol de Matheus Pereira em cobrança de falta desviada na barreira. Foi um jogo que escancarou duas verdades: o Cruzeiro aprendeu a ser pragmático, enquanto o São Paulo segue refém de um domínio que não se converte em gols.

O gol da vitória saiu aos 18 minutos do segundo tempo. Matheus Pereira, o maestro da Raposa, bateu falta com força, contou com desvio de Alan Franco e enganou Rafael. Sorte? Talvez. Mas se sorte é estar no lugar certo e ter coragem de arriscar, o Cruzeiro mereceu.

O São Paulo, por sua vez, teve mais posse, mais iniciativa e até certa organização. Mas futebol não é planilha. O time de Hernán Crespo esbarrou na própria ineficiência ofensiva e, não fosse Rafael, teria voltado de Belo Horizonte com uma goleada na bagagem. Sim, goleada: o goleiro fez pelo menos três milagres, contra Matheus Pereira, Gabigol e Kaiki.

E aqui vai a provocação: até quando o São Paulo vai se contentar em jogar bem, mas perder? O discurso da “boa atuação” soa vazio quando se olha a tabela. O Tricolor estacionou nos 32 pontos e continua fora da zona da Libertadores, na sétima colocação. É pouco para quem se vende como protagonista.

O Cruzeiro, por outro lado, assumiu a vice-liderança provisória com 44 pontos. Pode até ser ultrapassado pelo Palmeiras, mas já deixou claro que não é mais apenas um coadjuvante: é candidato a brigar pelo título. O time de Fernando Seabra é consistente, sabe sofrer e aprendeu a vencer jogos grandes.

O primeiro tempo foi equilibrado em estatísticas, mas não em emoção. Cássio, goleiro cruzeirense, quase entregou um gol em saída atrapalhada, enquanto Rafael se esticava para evitar bomba de William. No ataque, o São Paulo errou nas finalizações: Patryck isolou dentro da área, e Ferreirinha desperdiçou boa chance.

Na volta do intervalo, o São Paulo até tentou pressionar, mas esbarrou na zaga celeste. E quando conseguiu finalizar, faltou capricho. Já o Cruzeiro foi cirúrgico: cada estocada virou um sufoco. Matheus Pereira obrigou Rafael a voar, Gabigol parou em defesa de cinema e Kaiki viu a estrela do goleiro brilhar mais uma vez.

Depois do gol, o São Paulo perdeu intensidade e só voltou a assustar nos minutos finais, quando Henrique costurou pela direita e cruzou para Dinenno, que testou firme. Cássio, agora sim, apareceu para garantir os três pontos.

Tecnicamente, foi um duelo interessante: o Cruzeiro mostrou repertório, velocidade nos contra-ataques e um Matheus Pereira cada vez mais decisivo. Já o São Paulo mostrou que volume de jogo não é sinônimo de vitória. Futebol exige frieza, e esse tem sido o maior calcanhar de Aquiles do Tricolor.

O resultado deixa uma lição incômoda para Crespo. O São Paulo até tem elenco, até tem padrão, mas falta poder de decisão. Sem isso, vai continuar colecionando boas atuações inúteis. O torcedor não quer elogio em coletiva; quer pontos na tabela.

A arbitragem de Anderson Daronco foi segura, apesar da polêmica do toque de mão de Bobadilla que originou a falta do gol. O lance foi interpretativo, mas difícil contestar. A bola realmente tocou no braço.

Na ficha técnica, destaque para os cartões: Luciano, Patryck, Bobadilla e Rodriguinho no Tricolor; Villalba e Lucas Silva no Cruzeiro. Um jogo de intensidade alta, mas sem violência desmedida.

Agora, a pausa: o São Paulo só volta a campo em 14 de setembro, contra o Botafogo. Tempo suficiente para repensar estratégias e talvez rever a postura ofensiva. O Cruzeiro, por sua vez, tem clássico contra o Atlético-MG pela Copa do Brasil no dia 11 — e chega empolgado.

No fim das contas, a vitória mineira foi menos sobre brilho e mais sobre eficiência. O Cruzeiro foi cirúrgico; o São Paulo, burocrático. E no Brasileirão, eficiência vale mais do que posse.

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