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Comando Vermelho na Argentina: Três Brasileiros Presos em Misiones Suspeitos de Ligação com CV e Fuga do Rio de Janeiro

Três brasileiros foram detidos na província argentina de Misiones, levantando suspeitas de sua ligação com o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do Brasil. A prisão ocorreu em uma área de mata próxima à fronteira com o Rio Grande do Sul, e as autoridades argentinas já classificaram a organização como terrorista, intensificando a vigilância na região.

A operação que resultou na prisão dos três homens, todos naturais de Rio das Ostras, no norte do Rio de Janeiro, foi conduzida pela Brigada de Inteligência Criminal de Fronteira da polícia de Misiones. Os suspeitos foram interceptados enquanto tentavam atravessar uma passagem clandestina, o que reforça a hipótese de que estavam fugindo de ações policiais no Brasil, especificamente da recente “Operação Contenção” no Rio de Janeiro. A entrada ilegal no país vizinho, realizada através de uma canoa pelo rio Uruguai, levantou bandeiras vermelhas para os agentes de fronteira.

Identidade e Antecedentes dos Detidos

Os indivíduos foram identificados como Ednei Carlos dos Santos, 25 anos, Luís Eduardo Teixeira de Souza, 23, e Jackson Santos de Jesus, 35. As investigações preliminares revelaram que dois dos detidos já possuíam antecedentes criminais por tráfico de drogas, enquanto o terceiro havia sido processado por agressões. Essa ficha criminal levanta sérias preocupações sobre o envolvimento dos mesmos com atividades ilícitas de maior escala, como a atuação dentro de uma organização como o Comando Vermelho.

A abordagem policial ocorreu em Alba Posse, uma localidade argentina de pouco mais de 6.800 habitantes, que faz fronteira com Porto Mauá, no Rio Grande do Sul, com apenas 2.300 residentes. A presença de um grupo de homens em uma área remota, sem justificativa aparente para sua permanência ou trânsito, chamou a atenção dos policiais que patrulhavam a região à paisana. A atitude incomum e a falta de explicações plausíveis sobre sua entrada e propósito na Argentina levaram à detenção imediata.

A Hipótese da “Efeito de Debandada” do Comando Vermelho

As autoridades argentinas estão em contato direto e colaborativo com as polícias do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. O objetivo é confirmar a filiação dos presos ao Comando Vermelho e verificar a existência de eventuais mandados de prisão internacionais. Fotografias e impressões digitais dos detidos foram enviadas ao Brasil para cruzamento de dados e confirmação de suas identidades e históricos criminais.

A principal linha de investigação aponta para o chamado “efeito de debandada”. Esse termo descreve a fuga de membros de organizações criminosas para outras regiões ou países após a intensificação de operações policiais em seus redutos tradicionais. No caso em questão, a “Operação Contenção” no Rio de Janeiro teria levado os suspeitos a buscarem refúgio na Argentina. A suspeita é que eles esperavam um contato local para prosseguir viagem para outro ponto do país vizinho, buscando se distanciar da pressão policial.

Argentina Classifica CV como Terrorista e Reforça Fronteiras

Em resposta à crescente preocupação com a atuação de facções criminosas brasileiras em seu território, a Argentina classificou o Comando Vermelho como uma organização terrorista. Essa medida é um indicativo da seriedade com que o governo argentino encara a situação e da necessidade de ações mais contundentes para coibir a entrada e atuação de grupos criminosos em seu país. Como parte dessa estratégia, o exército argentino foi enviado para reforçar a vigilância nas fronteiras, especialmente nas áreas de maior fluxo clandestino.

A decisão de classificar o CV como terrorista reflete uma preocupação regional com a expansão do crime organizado transnacional. A facilidade com que essas organizações conseguem se mover entre países, aproveitando-se de longas fronteiras e de redes de cooptação, representa um desafio significativo para as forças de segurança. A ação conjunta entre Brasil e Argentina é vista como crucial para desarticular essas redes e impedir que o território argentino se torne um refúgio para criminosos brasileiros.

Próximos Passos e Colaboração Internacional

Até que informações oficiais e definitivas sejam recebidas do Brasil, os três homens permanecerão sob custódia das autoridades judiciais argentinas. A polícia de Misiones destacou que a cooperação com as agências brasileiras é fundamental para o avanço das investigações e para a completa elucidação do caso. A expectativa é que, com a troca de informações, seja possível determinar a extensão do envolvimento dos detidos com o Comando Vermelho e, possivelmente, identificar outros membros da facção que possam estar atuando na região ou planejando novas movimentações.

A prisão em Misiones serve como um alerta para as autoridades de ambos os países sobre a necessidade de uma vigilância constante e de estratégias coordenadas de combate ao crime organizado. A fronteira entre Brasil e Argentina, com sua extensão e características geográficas, apresenta desafios únicos, mas a colaboração e o intercâmbio de inteligência são ferramentas poderosas para superar essas barreiras e garantir a segurança regional. A classificação do CV como terrorista pela Argentina demonstra uma nova postura diante da ameaça, sinalizando um endurecimento nas políticas de controle e repressão.

Deputado TH Joias é preso acusado de negociar armas com o Comando Vermelho no Rio

 

Deputado vira “homem de confiança” do Comando Vermelho e é preso em condomínio de luxo no Rio

O Rio de Janeiro amanheceu com mais um escândalo político. O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), conhecido como TH Joias, foi preso nesta quarta-feira (3) em uma megaoperação contra o crime organizado. Segundo as investigações, o parlamentar é acusado de intermediar a compra e venda de armas e drogas para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado.

Prisão em condomínio de luxo na Barra da Tijuca

A ação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio (Ficco-RJ), formada pela Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio (MPRJ).

TH Joias foi detido em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste carioca. O contraste não poderia ser maior: de dentro de uma cobertura milionária, o deputado é acusado de favorecer facções que controlam comunidades pobres da capital.

Ligação direta com líderes do CV

As investigações apontam que o deputado mantinha contato direto com chefes do Comando Vermelho, atuantes em áreas como o Complexo do Alemão, Maré e Parada de Lucas.

Não era só tráfico de armas pesadas, como fuzis importados do Paraguai, mas também negociação de drogas e até a compra de equipamentos antidrones da China, usados para atrapalhar a ação policial nas favelas dominadas pela facção.

Um relatório da Polícia Civil foi direto:

“O parlamentar utilizava o mandato para favorecer o crime organizado.”

Rastro de lavagem de dinheiro milionária

A operação, batizada de Bandeirantes pela Polícia Civil e Zargun pela PF, descobriu movimentações financeiras suspeitas que levantam indícios de lavagem de até R$ 40 milhões.

Foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão. Até as 10h desta quarta-feira, 14 pessoas já haviam sido presas, incluindo traficantes, policiais militares, um delegado federal e até o ex-secretário estadual e municipal do Rio, Alessandro Pitombeira Carracena.

A Justiça também determinou o sequestro de bens, afastamento de agentes públicos e até a transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima.

Como funcionava o esquema?

O Ministério Público do Rio detalhou a atuação dos principais alvos da operação:

  • TH Joias: usava o mandato na Alerj para favorecer a facção, nomeando comparsas em cargos de confiança.
  • Traficante: considerado líder financeiro, responsável por autorizar grandes pagamentos e comprar equipamentos.
  • Tesoureiro: guardava drogas, armas e valores milionários, além de controlar negociações.
  • Assessor parlamentar: indicado pelo deputado, fornecia e testava equipamentos antidrones, ensinando o uso à facção.
  • Esposa do tesoureiro: nomeada em cargo comissionado na Alerj, servia de elo entre o grupo criminoso e o Legislativo.

Em resumo: o crime organizado estava dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Silêncio no gabinete, nota protocolar da Alerj

A reportagem tentou contato com o gabinete de TH Joias, mas não obteve resposta.

A Alerj confirmou que houve mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado e informou que as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria da Casa, que prestou apoio às autoridades.

Opinião: quando a política vira extensão do crime

O caso de TH Joias é mais um retrato da degradação política no Rio. Um parlamentar eleito pelo povo para representá-lo é acusado de trabalhar para a facção mais temida do estado.

A prisão levanta uma questão incômoda: quantos outros políticos ainda estão enraizados no esquema criminoso?

Se confirmadas as acusações, o caso é ainda mais grave porque mostra que o crime organizado não precisa apenas das favelas para sobreviver: ele já se infiltrou oficialmente no poder público, com crachá e salário pagos pelos contribuintes.

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