O deputado estadual Dr. Yglésio (PRTB) anunciou, nesta quinta-feira (4), que protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão a criação da chamada “CPI da EMAP”, uma Comissão Parlamentar de Inquérito que, segundo ele, terá como foco apurar supostos desvios e uso irregular de recursos da Empresa Maranhense de Administração Portuária durante a gestão do ex-governador e atual ministro do STF, Flávio Dino.

O parlamentar afirmou que conseguiu 16 assinaturas de colegas deputados, número suficiente para abrir a investigação. “A CPI vai investigar justamente porque os recursos da EMAP, que legalmente não poderiam sair da empresa, foram desviados e tiveram desvio de finalidade”, declarou em plenário.

Outras CPIs em andamento

Durante seu discurso, Yglésio também informou que trabalha na formação de outras cinco CPIs relacionadas à gestão de Flávio Dino em diferentes áreas. Entre elas:

  • CPI da Comunicação, para investigar o gasto de mais de R$ 88 milhões em apenas um ano, sem, segundo o deputado, retorno em divulgação do Maranhão para o Brasil.
  • CPI do FEPA, sobre o suposto esvaziamento do fundo de aposentadorias dos servidores.
  • CPI dos Respiradores, ligada à compra frustrada de equipamentos durante a pandemia, através do Consórcio do Nordeste.
  • CPI do Mais Asfalto, que deve apurar gastos bilionários em obras de infraestrutura.
  • CPI da Comilança, sobre despesas com buffets e eventos oficiais.

“O Maranhão precisa entender o que aconteceu”

Segundo Yglésio, a população merece respostas. “O Maranhão precisa entender o que foi que aconteceu: por que se gastaram bilhões em estradas, se elas não existiram; por que se gastaram milhões em comilança; e o futuro dos nossos aposentados com o esvaziamento do FEPA. Precisamos de transparência”, disse.

O deputado também ironizou os gastos com eventos. “Saber quem comeu tanto neste estado, que fome foi essa, que tanto buffet foi esse”, provocou.

Contexto político

A criação da CPI da EMAP e a promessa de abrir outras investigações colocam em evidência a relação conflituosa entre setores da oposição e o grupo político de Flávio Dino. As comissões ainda dependem de instalação formal na Assembleia, mas já geram repercussão dentro e fora do parlamento.