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Justiça condena vereadores e ex-vereadores de Bom Jardim por desvio de mais de R$ 108 mil

Justiça condena vereadores e ex-vereadores de Bom Jardim por desvio de mais de R$ 108 mil da Câmara Municipal

Justiça condena vereadores e ex-vereadores de Bom Jardim por desvio de mais de R$ 108 mil da Câmara Municipal

Em Ação Civil Pública por atos de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), a Justiça considerou cinco réus culpados por desviar mais de R$ 108 mil da Câmara Municipal de Bom Jardim e tentar encobrir o crime. A sentença, publicada no dia 6 de setembro, impõe ressarcimento integral do valor desviado, pagamento de multas, suspensão de direitos políticos e proibição de contratar com o poder público, entre outras penalidades.

Os condenados são o vereador Antônio Gomes da Silva, conhecido como Antônio Cesarino, e sua esposa, Ana Lídia Sousa Costa, que já exerceu mandato de vereadora; o vereador Márcio Sousa Pereira; o ex-vereador Manoel da Conceição Ferreira Filho (Sinego); e o motorista Márcio Almeida da Silva.

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Segundo o MPMA, os réus, liderados por Antônio Gomes da Silva e Ana Lídia, participaram de um esquema para desviar dinheiro público no fim de 2014, quando ela assumiu a presidência interina da Câmara Municipal de Bom Jardim.

O esquema de desvio

Ao assumir o comando da Câmara, Ana Lídia destituiu o tesoureiro anterior e nomeou Raurison Lima dos Santos, pessoa de confiança do marido. Poucos dias depois, ela e Raurison realizaram um saque de R$ 62.834,72, em 16 de dezembro de 2014. Em seguida, novos saques foram feitos por Antônio Gomes e Ana Lídia, somando R$ 35 mil, R$ 8.885,51 e R$ 2 mil, totalizando R$ 108.720,23 desviados dos cofres públicos.

O tesoureiro revelou em depoimento que foi instruído por Antônio Cesarino a assinar um recibo no valor de R$ 1.500, quando na prática só recebeu R$ 1.000. Os R$ 500 restantes, segundo ele, teriam sido “retidos” para desconto de INSS. A Justiça entendeu que essa prática configurou apropriação indevida e enriquecimento ilícito.

Fraude processual para encobrir o crime

Além do desvio, os réus também teriam produzido documentos falsos para fraudar processos criminais. De acordo com o MPMA, eles percorreram a cidade em busca de pessoas que assinassem recibos falsos, como se tivessem recebido salários em dezembro de 2014. O objetivo era criar uma “aparência de legalidade” para justificar os saques já realizados.

Diversas testemunhas confirmaram a fraude em depoimento, fortalecendo as provas reunidas pelo Ministério Público.

Sentença e punições

A Justiça entendeu que havia provas suficientes da intenção criminosa dos acusados e condenou os cinco réus. As penalidades incluem:

  • Ressarcimento do dano: pagamento integral dos R$ 108.720,23, com correção e juros.
  • Perda da função pública: para Antônio Gomes, Ana Lídia e Manoel da Conceição (caso ainda exerçam cargo).
  • Suspensão dos direitos políticos: 10 anos para Antônio Gomes e Ana Lídia; 8 anos para Manoel da Conceição; 5 anos para Márcio Sousa Pereira e Márcio Almeida.
  • Indenização por danos morais coletivos: R$ 10 mil para Antônio Gomes e Ana Lídia; R$ 5 mil para os demais.
  • Multa civil, proibição de contratar com o poder público e pagamento das custas processuais.

A sentença reforça o entendimento do MPMA de que o esquema foi articulado de forma organizada e com plena intenção de lesar os cofres públicos do município.

Prefeito de Santa Inês vira réu por desvio de R$ 55 milhões: Justiça acolhe denúncia contra Felipe dos Pneus e mais 13 investigados

O cerco da Justiça se fechou contra o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, que agora é oficialmente réu por envolvimento em um esquema milionário de corrupção. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), após o Judiciário do Maranhão acolher a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, apontando um suposto desvio de R$ 55 milhões dos cofres públicos. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas e responderão à ação penal, entre elas o próprio prefeito, seus familiares e aliados políticos.

As investigações são fruto da Operação Tríade, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e revelam uma teia de fraudes em licitações, contratos superfaturados, empresas de fachada, peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com o MP, os acusados operavam um sofisticado esquema de desvio de recursos públicos através de contratos simulados com valores inflados, beneficiando diretamente os envolvidos.

Felipe dos Pneus chegou a ser afastado do cargo em 2023, no auge das investigações, mas voltou à prefeitura antes mesmo de a denúncia ser aceita pela Justiça. Agora, com a transformação dele e dos demais investigados em réus, o processo avança para a fase de instrução, com coleta de provas, depoimentos e análise dos contratos questionados.

Além do prefeito, também se tornaram réus: Welker Carlos Rolim, Antônio Francisco Rocha de Abreu, Janete de Macedo Moreira, Talita Abreu de Almeida, Renato Serra Trinta Abreu, João Gilberto do Carmo Dias Filho, Liliane Gatinho Viana, Thais Abreu Melo Martins Costa, Lya Fernanda Costa Alves, Thalihina Rodrigues de Carvalho (irmã do prefeito), Antônio Barbosa de Carvalho (pai do prefeito), Antônio José de Magalhães Neto e Samuel Martins Costa Filho.

Segundo o Gaeco, as provas reunidas até aqui indicam um desvio sistemático de verbas públicas com movimentações financeiras suspeitas, favorecimento de aliados e uso de familiares em empresas criadas para fraudar licitações. A denúncia, protocolada em janeiro deste ano, será aprofundada durante o curso do processo na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

As penas previstas para os crimes somados ultrapassam 50 anos de reclusão. A expectativa agora gira em torno dos depoimentos e do aprofundamento das provas, que podem revelar ainda mais detalhes sobre um dos maiores escândalos de corrupção recente envolvendo uma prefeitura maranhense.

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