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Justiça Federal condena fazendeiro e empreiteiro por trabalho escravo em Peritoró

Justiça Federal condena fazendeiro em Peritoró por reduzir trabalhadores a condições análogas à escravidão

Justiça Federal condena fazendeiro em Peritoró por reduzir trabalhadores a condições análogas à escravidão

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou o dono de uma fazenda em Peritoró (MA) e um empreiteiro responsável pelo aliciamento de mão de obra, pelo crime de redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo. O caso ocorreu em março de 2014 e foi detalhado em relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo a investigação, 12 trabalhadores foram submetidos a condições degradantes, sem alojamento adequado, banheiros ou equipamentos de proteção individual. Eles recebiam alimentação precária, consumiam água de fontes não tratadas e ainda eram submetidos à prática de servidão por dívida, já que insumos e alimentos eram vendidos diretamente a eles, com valores posteriormente descontados de forma abusiva.

O empreiteiro atuava como “gato”, figura conhecida por recrutar e transportar trabalhadores para locais de exploração. Além disso, ele vendia insumos e equipamentos que geravam endividamento contínuo das vítimas. O dono da fazenda foi considerado o beneficiário direto da exploração, ainda que tenha alegado não ter conhecimento das condições de trabalho.

Na sentença, o juiz destacou que as provas apresentadas — técnicas, testemunhais e documentais — comprovaram a prática criminosa. O magistrado classificou o caso como “violação sistemática e estrutural de direitos fundamentais, com rebaixamento da pessoa humana à condição de objeto produtivo”.

O fazendeiro foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, enquanto o empreiteiro recebeu pena de 5 anos e 3 meses em regime semiaberto. Ambos também deverão pagar multas.

A decisão permite que os condenados recorram em liberdade. No entanto, após o trânsito em julgado, terão de cumprir integralmente as penas fixadas.

O caso reforça a necessidade de fiscalização permanente contra práticas de trabalho escravo contemporâneo no Maranhão, que ainda se mantém como um dos principais desafios na garantia dos direitos fundamentais e da dignidade humana no campo.

Quase 50 trabalhadores são resgatados de trabalho escravo em fazenda no Maranhão

 

Uma operação conjunta resgatou 49 trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma fazenda na zona rural de Benedito Leite, a 661 km de São Luís. A ação ocorreu entre os dias 26 de maio e 6 de junho de 2025 e contou com a participação da Polícia Federal no Maranhão, Auditores-Fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho.

Segundo a Polícia Federal, os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, especialmente em uma carvoaria instalada na propriedade. As condições degradantes motivaram o resgate imediato.

Os responsáveis pela fazenda foram identificados e notificados a realizar o pagamento de verbas trabalhistas e indenizações por danos morais. Um inquérito policial foi instaurado e os envolvidos poderão responder pelo crime de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, conforme prevê o Código Penal Brasileiro.

O caso reforça a importância da fiscalização e da atuação integrada dos órgãos públicos no combate ao trabalho escravo no país.

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