O governador Carlos Brandão (PSB) escalou mais um capítulo polêmico em seu afastamento do ex-aliado e ministro do STF Flávio Dino ao exonerar Gerson Pinheiro (PCdoB), que comandava a Secretaria de Estado da Igualdade Racial desde 2015 — uma década de atuação rasgada num golpe político que não soa nem discreto nem circunstancial.
Pinheiro era peça-chave no governo de Dino, com trânsito garantido dentro de um modelo político que floresceu no Maranhão durante mais de oito anos. Sua saída, portanto, não é mero ajuste administrativo — é sinal claro de que os dois grupos que até pouco tempo se alinharam hoje jogam em lados opostos.
O rompimento não se limita à exoneração simbólica. Brandão já entrou em rota de colisão com Dino no STF ao questionar sua imparcialidade — acusando o ministro de “embaralhar” processos relativos à escolha de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA). Além disso, há artilharia pesada com pedidos de investigação envolvendo supostas “compras de vagas” no TCE e nomes próximos à família Brandão em foco.
Enquanto isso, aliados de Dino interpretam a exoneração de Pinheiro como retaliação política pura — parte de uma onda de remanejamentos e burocracias que isolam ainda mais o ministro.
A movimentação política sai das sombras e invade o centro do poder estadual com impacto nacional. A crise entre Brandão e Dino agora transborda para o cenário eleitoral de 2026, afetando alianças, estratégias eleitorais e fortalecendo divisões regionais — um drama político denso, com a moralidade como arma e o poder como mercadoria.