
Censo 2022 mostra que cinco cidades do Maranhão estão entre as dez com menor renda do Brasil; desigualdade regional continua alarmante
O Maranhão lidera o ranking das menores rendas per capita domiciliares do Brasil, com valor médio de R$ 900 em 2022, segundo o Censo 2022 – módulo Trabalho e Rendimento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estado nordestino também concentra cinco dos dez municípios com menor renda per capita do país, evidenciando o alto nível de desigualdade econômica na região.
Renda média nacional e desigualdade regional
No Brasil, a renda domiciliar per capita média foi de R$ 1.638 em 2022, considerando todos os rendimentos dos moradores, como salários, pensões, benefícios sociais e aluguéis.
As diferenças regionais continuam expressivas:
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Norte e Nordeste registraram valores próximos de R$ 1.070;
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Sudeste e Centro-Oeste ficaram em torno de R$ 1.900;
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O Sul liderou, com R$ 2.058 de renda média per capita.
📊 Municípios com menor renda per capita
Entre os dez municípios com menor renda do país, cinco são maranhenses:
4️⃣ Belágua (MA) – R$ 388
5️⃣ Cachoeira Grande (MA) – R$ 389
7️⃣ Primeira Cruz (MA) – R$ 414
8️⃣ Humberto de Campos (MA) – R$ 416
9️⃣ Marajá do Sena (MA) – R$ 426
Outras cidades do ranking incluem Uiramutã (RR) – R$ 289, Bagre (PA) e Manari (PE) – R$ 359, São Paulo de Olivença (AM) – R$ 397, e Tonantins (AM) – R$ 432.
Já entre os municípios com maior renda per capita, destacam-se Nova Lima (MG), com R$ 4.300, São Caetano do Sul (SP), com R$ 3.885, e Florianópolis (SC), com R$ 3.636.
Desigualdade social e racial
O estudo do IBGE mostra que 61% da população brasileira vive com renda de até um salário mínimo, com grande variação regional.
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No Sul, a maioria da população supera esse patamar;
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No Sudeste e Centro-Oeste, 46% estão abaixo de um salário mínimo;
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Já no Norte e Nordeste, mais de 75% da população vivem com renda inferior a um salário mínimo per capita.
A pesquisa também aponta disparidades raciais:
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41% dos indígenas vivem com menos de ¼ de salário mínimo por mês;
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Pessoas pretas e pardas também estão acima da média nacional (13,3%) nesse recorte;
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Entre brancos e amarelos, o índice é menor.
Indicador de desigualdade
O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda, ficou em 0,542 em 2022 — um dos mais altos do mundo.
Apenas a Região Sul apresentou índice abaixo de 0,5, indicando distribuição de renda mais equilibrada.
O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas de combate à pobreza e de investimentos regionais para reduzir o abismo entre o Norte/Nordeste e o restante do país.