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Operação Barão Vermelho: facção milionária é alvo no Maranhão, Piauí e Paraíba com bloqueio de R$ 197 milhões

Operação Barão Vermelho bloqueia R$ 197 milhões e prende suspeitos em três estados do Nordeste.

Operação Barão Vermelho bloqueia R$ 197 milhões e prende suspeitos em três estados do Nordeste.

O Ministério Público do Maranhão (MP-MA), por meio do Gaeco, deflagrou a terceira fase da Operação Barão Vermelho e escancarou um esquema criminoso milionário que atuava em três estados do Nordeste: Maranhão, Piauí e Paraíba.

A ação aconteceu logo nas primeiras horas da manhã e movimentou um verdadeiro exército policial. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas e três interdições de empresas. Entre os alvos, duas companhias de grande porte em Teresina, que segundo a investigação funcionavam como fachada para lavagem de dinheiro.

Mas o dado que mais chama atenção é o bloqueio judicial de R$ 197,1 milhões. Imóveis, veículos de luxo, embarcações, aeronaves e contas bancárias foram congelados. Uma fortuna que mostra a força financeira dessa facção, muito além do estereótipo do tráfico em vielas de comunidades. Estamos falando de uma máfia organizada, com braços empresariais e conexões políticas.

A operação mobilizou 190 agentes públicos de diferentes estados. Estiveram lado a lado integrantes do Gaeco-MA, Gaeco-PI e Gaeco-PB, além das Polícias Militares e Civis do Maranhão, Piauí e Paraíba, com apoio técnico do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim-MA). Uma verdadeira força-tarefa para enfrentar um esquema criminoso que já vinha sendo monitorado desde 2023, quando a primeira fase da operação foi deflagrada.

Segundo os investigadores, a facção movimentava milhões com um esquema de lavagem de capitais sofisticado, envolvendo pessoas físicas e jurídicas em transferências vultosas e saques bancários de valores elevados, que despertaram a atenção das autoridades. E não era apenas o tráfico de drogas que sustentava o grupo: havia indícios claros de envolvimento com falsificação de documentos de veículos, receptação de cargas roubadas ou desviadas, comércio de ouro de origem ilícita e até agiotagem.

A pergunta que ecoa é: como uma facção com tamanha estrutura conseguiu crescer tanto sem chamar a atenção antes? A resposta pode ser desconfortável. O crime organizado no Brasil não se limita mais às favelas e periferias. Ele se profissionalizou, se infiltrou em empresas, usa laranjas, contadores e advogados de renome. Atua como qualquer corporação legal, mas com o detalhe de que seus negócios são financiados por sangue, drogas e corrupção.

A Operação Barão Vermelho é, sem dúvida, um golpe duro contra essa estrutura criminosa. O bloqueio bilionário e as prisões mostram que o Estado ainda tem ferramentas para reagir. Mas também deixa claro a dimensão do problema: se em apenas uma operação se descobre quase R$ 200 milhões em movimentações suspeitas, o que ainda não foi revelado pode ser ainda maior.

O Nordeste brasileiro, e em especial estados como Maranhão e Piauí, vive um paradoxo: de um lado, economias em desenvolvimento e crescimento urbano; de outro, facções que se aproveitam das brechas para se instalar e operar como verdadeiras empresas do crime. A sociedade paga a conta, seja pela violência nas ruas, seja pela corrupção que drena recursos públicos.

Resta saber se essa operação será apenas mais um capítulo no noticiário ou se representará, de fato, o início de uma ofensiva duradoura contra o crime organizado no Nordeste. Uma coisa é certa: o bloqueio de R$ 197 milhões é um recado claro de que o poder econômico da facção não será mais ignorado. Agora, cabe às autoridades garantir que essa estrutura não se reerguerá facilmente — e que os responsáveis pagarão, na Justiça, por cada centavo sujo movimentado.

Justiça determina que São Luís divulgue dados ambientais no portal da SEMMAM

Foto horizontal mostra mãos de homem branco, de camisa azul. com a mão direita clica no computador e com a esquerda segura uma caneta branca. Sobrepostos na foto, ícones de documentos.

A Justiça do Maranhão condenou o Município de São Luís a disponibilizar informações completas em matéria ambiental no Portal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM). A decisão, proferida pelo juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, visa garantir o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) e da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981).

O Município terá até seis meses para implementar procedimentos objetivos e ágeis que permitam acesso público e claro às informações — com linguagem acessível — e atualizações mensais, com datas destacadas para transparência. A decisão responde a denúncia do Ministério Público que apontou falhas no portal, como ausência de dados sobre autos de infração, embargos, relatórios de fiscalização e medidas administrativas adotadas pela SEMMAM.

A sentença também exige a publicação de listagens atualizadas sobre todos os licenciamentos ambientais em tramitação, com número do processo, identificação dos requerentes (nome e CPF/CNPJ), objeto do licenciamento e localização geográfica do empreendimento.
Além disso, deverão constar informações sobre audiências públicas (com pauta, dados do processo e local), autos de infração (com identificação do autuado, área, tipificação e fase processual, incluindo reincidência), termos de compromisso ambiental e registros de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e planos de recuperação de áreas degradadas.

Na fundamentação, o juiz recorreu ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça, reforçando o “Princípio da Máxima Divulgação”, segundo o qual a publicidade é regra e o sigilo, exceção — sem soluções burocráticas ou limitações artificiais. Douglas de Melo Martins destacou que a transparência não é opção, mas obrigação pública, essencial à efetivação da democracia e cidadania, sob pena de responsabilização.

Essa decisão reforça a atuação do Judiciário na defesa do direito coletivo e do meio ambiente em São Luís. Ao impor mecanismos de clareza e acesso, fortalece o controle social sobre os licenciamentos e a governance das políticas ambientais municipais, incentivando o engajamento cívico e a fiscalização ativa por parte da sociedade e órgãos de controle.

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