Enquanto a maioria dos estados brasileiros apresentou queda nos índices de violência em 2024, o Maranhão seguiu na direção oposta. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o estado teve o maior crescimento proporcional de mortes violentas intencionais no país: uma alta de 12,1% em relação ao ano anterior.

O levantamento apontou 2.129 mortes violentas registradas no estado, considerando homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial. O número elevou o Maranhão do 12º para o 6º lugar entre os estados mais violentos do Brasil, acendendo um alerta sobre a crise da segurança pública no território maranhense.

Além do Maranhão, apenas Ceará, Minas Gerais e São Paulo apresentaram piora nos índices de violência. O Ceará subiu da 5ª para a 3ª posição no ranking nacional, Minas passou da 24ª para a 23ª, e São Paulo continua como o menos violento, mas com taxa mais próxima à de Santa Catarina. A tendência nacional, no entanto, foi de queda nas mortes violentas.

Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA) reconheceu o aumento e o atribuiu principalmente à guerra entre facções criminosas em diversas regiões do estado. Segundo a pasta, operações integradas estão sendo reforçadas com o objetivo de conter a escalada da violência e reverter os índices preocupantes.

Ainda de acordo com a SSP, os números preliminares de 2025 já indicam uma tendência de melhora. No primeiro semestre deste ano, houve redução de 6% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), 20% nos casos de latrocínio e 6% nos homicídios dolosos. Só no mês de junho, os CVLIs caíram 24% em relação a junho de 2024, e os feminicídios na Ilha de São Luís tiveram uma queda de 42%.

Apesar da sinalização de recuperação, especialistas alertam que os dados de 2024 colocam o Maranhão em uma posição delicada no cenário nacional e que é necessário fortalecer políticas públicas de prevenção, inteligência policial e combate ao crime organizado de forma contínua e estruturada.