As análises laboratoriais confirmaram: o ovo de Páscoa que intoxicou uma família em Imperatriz, no Maranhão, estava contaminado com um pesticida altamente tóxico. A revelação, feita dias após a tragédia, confirma que o doce foi usado como meio para um ato criminoso que resultou na morte de duas crianças — um menino de sete anos e uma adolescente de 13.
A substância foi identificada por peritos que analisaram o alimento. A confirmação oficial veio por meio do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), em publicação nas redes sociais:
“Informo que foi confirmado o uso de pesticida altamente tóxico no ovo de Páscoa, no lamentável caso de envenenamento em Imperatriz. Em menos de 10 horas, o crime foi elucidado e a suspeita foi identificada e presa”, declarou o governador.
O caso chocou o estado durante o feriado da Semana Santa. O chocolate foi entregue à dona de casa Mirian Lira na noite de quarta-feira, 16 de abril, por um mototaxista. Junto com o presente, havia um bilhete que dizia: “Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”
O primeiro a provar o doce foi Luís Fernando, de apenas sete anos, que começou a passar mal em seguida. A irmã, Evely Fernanda, e a mãe também consumiram o ovo e foram hospitalizadas. Luís morreu no dia seguinte, 17 de abril. Evely faleceu seis dias depois, no dia 22. A mãe das crianças recebeu alta e se recupera em casa.
A suspeita de ter cometido o crime é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, ex-namorada do atual companheiro de Mirian. Ela foi presa ainda no dia 17 e, no domingo (20), transferida para o Complexo Penitenciário de São Luís, a Penitenciária de Pedrinhas. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça pela Delegacia de Homicídios de Imperatriz.
O caso teve grande repercussão e reacendeu discussões sobre crimes motivados por ciúmes e violência doméstica disfarçada em gestos aparentemente inofensivos, como o envio de presentes.