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Justiça Federal condena fazendeiro e empreiteiro por trabalho escravo em Peritoró

Justiça Federal condena fazendeiro em Peritoró por reduzir trabalhadores a condições análogas à escravidão

Justiça Federal condena fazendeiro em Peritoró por reduzir trabalhadores a condições análogas à escravidão

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou o dono de uma fazenda em Peritoró (MA) e um empreiteiro responsável pelo aliciamento de mão de obra, pelo crime de redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo. O caso ocorreu em março de 2014 e foi detalhado em relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo a investigação, 12 trabalhadores foram submetidos a condições degradantes, sem alojamento adequado, banheiros ou equipamentos de proteção individual. Eles recebiam alimentação precária, consumiam água de fontes não tratadas e ainda eram submetidos à prática de servidão por dívida, já que insumos e alimentos eram vendidos diretamente a eles, com valores posteriormente descontados de forma abusiva.

O empreiteiro atuava como “gato”, figura conhecida por recrutar e transportar trabalhadores para locais de exploração. Além disso, ele vendia insumos e equipamentos que geravam endividamento contínuo das vítimas. O dono da fazenda foi considerado o beneficiário direto da exploração, ainda que tenha alegado não ter conhecimento das condições de trabalho.

Na sentença, o juiz destacou que as provas apresentadas — técnicas, testemunhais e documentais — comprovaram a prática criminosa. O magistrado classificou o caso como “violação sistemática e estrutural de direitos fundamentais, com rebaixamento da pessoa humana à condição de objeto produtivo”.

O fazendeiro foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, enquanto o empreiteiro recebeu pena de 5 anos e 3 meses em regime semiaberto. Ambos também deverão pagar multas.

A decisão permite que os condenados recorram em liberdade. No entanto, após o trânsito em julgado, terão de cumprir integralmente as penas fixadas.

O caso reforça a necessidade de fiscalização permanente contra práticas de trabalho escravo contemporâneo no Maranhão, que ainda se mantém como um dos principais desafios na garantia dos direitos fundamentais e da dignidade humana no campo.

Operação resgata 80 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Maranhão

Uma operação conjunta realizada entre 13 de julho e 26 de agosto resgatou 80 trabalhadores em situação análoga à escravidão nos municípios de Magalhães de Almeida e Barreirinhas, no Maranhão. A ação contou com a Polícia Federal, auditores-fiscais do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho.

Em Magalhães de Almeida, foram encontrados 76 trabalhadores na extração da palha de carnaúba. Eles viviam em alojamentos precários, sem água potável, banheiros ou alimentação digna, em condições degradantes e de grave violação aos direitos humanos.

Já em Barreirinhas, a fiscalização impediu que quatro pescadores embarcassem em uma jornada de até 15 dias em mar aberto. Eles estariam expostos a riscos severos de saúde e segurança, sem garantias mínimas para a atividade.

Todos os trabalhadores foram afastados imediatamente e receberam encaminhamento para seus direitos. Os responsáveis foram identificados e notificados a pagar as verbas trabalhistas e indenizações por danos morais.

Na esfera penal, a Polícia Federal instaurará inquérito para apurar responsabilidades e aplicar punições aos envolvidos. O Ministério Público do Trabalho reforçou que denúncias anônimas são fundamentais para localizar casos semelhantes.

O resgate de 80 pessoas é considerado uma das maiores ações recentes no Maranhão e evidencia a necessidade de intensificar a fiscalização em setores como a carnaúba e a pesca, historicamente associados a casos de exploração no estado.

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