
Deputado Paulo Pimenta e Senadora Damares Alves discutem durante a CPMI do INSS, com foco na gestão do programa Pátria Voluntária e acusações de fraude.
Conflito entre Paulo Pimenta e Damares Alves
Durante a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga fraudes nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas, um acalorado bate-boca entre o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) tomou conta da discussão. O embate foi centrado no programa Pátria Voluntária, coordenado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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O momento tenso ocorreu na segunda-feira, 20, quando Pimenta levantou questionamentos sobre a administração do programa e fez referência a um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou irregularidades e desaparecimento de milhões de reais. Pimenta acusou Michelle Bolsonaro de ter coordenado um programa que teria permitido a desaparecimento de recursos públicos.
Acusações sobre o programa Pátria Voluntária
“Milhões de reais do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro, desapareceram”, afirmou o deputado Paulo Pimenta. Ele continuou a argumentar que a gestão de Bolsonaro permitiu que famílias se beneficiassem da política pública, levantando suspeitas sobre o uso indevido de recursos no governo do ex-presidente.
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Nesse momento, a senadora Damares Alves, que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos durante o governo Bolsonaro, interrompeu Pimenta, pedindo mais cuidado nas palavras e defendendo a idoneidade de Michelle Bolsonaro.
“Cuidado com as suas palavras”, afirmou Damares, interrompendo Pimenta, e alegando que o deputado estava questionando a honestidade da ex-primeira-dama de maneira inapropriada.
A defesa de Damares Alves
Damares se mostrou indignada com as declarações de Pimenta e defendeu com veemência Michelle Bolsonaro, afirmando que a acusação contra a ex-primeira-dama não tinha base e que ela nunca teria se envolvido em fraudes ou irregularidades no programa Pátria Voluntária.
Ela pediu a Pimenta que tivesse respeito pela idoneidade da ex-primeira-dama e, ao retornar à sua fala, continuou a exigir cuidado ao tratar do nome de Michelle Bolsonaro.
Paulo Pimenta rebate acusações
O deputado Paulo Pimenta, por sua vez, reafirmou suas declarações, argumentando que o Brasil não pode ser blindado de críticas devido a figuras públicas ou associações políticas. Pimenta ressaltou que, ao contrário do que Damares sugeria, ele não estava acusando igrejas ou qualquer outra entidade religiosa, mas sim apontando o uso indevido de cargos públicos para beneficiar familiares durante o governo Bolsonaro.
Pimenta também reafirmou que a fraude envolvendo o programa Pátria Voluntária foi um exemplo clássico de corrupção sistêmica, que beneficiou familiares de Bolsonaro e enriqueceu politicamente aqueles próximos ao governo.
O impacto da discussão na CPMI
O debate acalorado gerou repercussão nas redes sociais e reacendeu as discussões sobre corrupção no governo Bolsonaro. A CPMI, que investiga as fraudes no INSS, tem como objetivo esclarecer como as fraudes ganharam proporções dentro das gestões anteriores, com foco na utilização indevida de recursos públicos para beneficiar familiares e aliados políticos.
A alegação de fraude no governo Bolsonaro
Em um ponto crucial da reunião, Pimenta afirmou que a fraude que envolveu aposentados e pensionistas começou no governo Bolsonaro em 2019, com atos administrativos que favoreceram entidades fantasmas e permitiram o desvio de recursos, enquanto os órgãos de controle, como a Polícia Federal, não tomaram medidas para interromper a escala crescente da fraude.
A CPMI como ferramenta de justiça
Pimenta e outros membros da oposição afirmaram que a CPMI será decisiva para desmantelar o esquema de corrupção que, segundo eles, beneficiou um círculo de políticos ligados ao ex-presidente Bolsonaro. Durante seu discurso, Pimenta também apontou para a falta de ações para reverter o desvio de recursos, algo que foi corrigido somente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“A quadrilha foi desbaratada durante o nosso governo e, ao final dessa investigação, vamos descobrir como jovens milionários, que nunca trabalharam, enriqueceram com o governo Bolsonaro”, declarou Pimenta.
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