Mais uma mulher foi silenciada de forma brutal em São Luís. Na madrugada desta sexta-feira (20), Rosa Maria da Conceição Lima Neta, de apenas 24 anos, foi assassinada dentro da própria casa, no bairro Anjo da Guarda. O autor do crime seria o ex-companheiro, Davison dos Santos Fontenelle, de 23 anos, que segundo a polícia, invadiu o imóvel e atacou Rosa com uma faca, golpeando-a no abdômen.
Ela foi encontrada caída no chão da cozinha, com a arma ainda cravada no corpo. O atual namorado da jovem, que também estava no local, não foi ferido. A cena choca não apenas pela violência, mas por escancarar um ciclo que se repete em silêncio dentro de muitos lares.
Davison está foragido e já tem passagem pela polícia no estado do Piauí. Rosa agora entra para uma estatística cruel: só em 2025, o Maranhão já soma 26 casos de feminicídio — quase cinco por mês.
É urgente falar sobre isso. É urgente ouvir essas mulheres. É urgente agir.
Rosa poderia ser sua amiga, sua irmã, sua vizinha. Ela poderia ser você.
Se você vive ou conhece alguém em situação de violência, denuncie. Ligue 180.
Com o objetivo de conscientizar sobre a importância do combate ao assédio sexual contra as mulheres durante as festividades do carnaval, a Polícia Civil do Maranhão(PC-MA), através da Coordenação das Delegacias Especiais da Mulher do Maranhão, do Departamento de Feminicídios, com apoio da Delegacia Geral da PC-MA lançou, na noite do último domingo(29), a campanha “Carnaval Sem Assédio e Sem Violência”.
O local escolhido para o lançamento foi o Estádio Castelão, em São Luís, durante a abertura da partida do jogo da final do primeiro turno do Campeonato Maranhense, entre Sampaio Corrêa e Maranhão Atlético Clube.
Na ocasião, os jogadores do Sampaio Corrêa pousaram com uma faixa de conscientização para os torcedores sobre a importância do respeito à mulher, além da divulgação dos serviços de apoio e acolhimento às mulheres que forem vítimas de assédio e violência. O ato é fruto de uma parceria entre o setor de marketing do Sampaio Corrêa e a Polícia Civil do Maranhão.
O trabalho preventivo traz um alerta de que paquerar, beijar e se divertir fazem parte da folia do Carnaval, porém é preciso respeitar a vontade das mulheres. Em um contexto carnavalesco, ações como roubar beijos ou passar a mão no corpo alheio, sem permissão, são ações que podem ser enquadradas como crime de importunação sexual.
O lançamento da campanha contou com a participação do delegado-geral adjunto operacional da Polícia Civil do Maranhão, Lúcio Reis; da coordenadora das Delegacias Especiais da Mulher, Kazumi Tanaka; da chefe do Departamento de Feminicídio, Wanda Moura e da diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena.
O número de casos de feminicídio caiu 16% no Maranhão em 2021, em relação ao mesmo período do ano passado, é o que apontou o Departamento de Feminicídio da Superintendência Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa(SHPP). Em números, o departamento destacou que no ano de 2020 foram contabilizados 61 casos contra 51 casos entre os meses de janeiro e novembro de 2021.
A Polícia Civil do Maranhão também destacou que os meses de novembro, fevereiro e março foram os que apresentaram o menor número de vítimas, com dois e três casos, respectivamente.
Segundo a delegada Wanda Moura, a Polícia Civil tem trabalhado incessantemente no enfretamento a todas as formas de violência contra a mulher, tanto em caráter repressivo e preventivo de forma a evitar que mais mulheres sejam vítimas dessa grave violação de direitos humanos.
A violência contra a mulher passou a ser tratada com mais rigor com a atualização do código penal, pela lei federal 13.104/15, que estabeleceu o feminicídio como uma circunstância qualificadora do crime de homicídio com critérios legais que caracterizam a tipificação, como a violência doméstica ou familiar e a discriminação contra a condição da mulher.
As forças policiais do Maranhão atuam na prevenção, investigação e atendimento às mulheres. Com relação a Polícia Civil, todas as delegacias de Polícia, estão aptas a prestar atendimento às vítimas de violência, além das Delegacias Especiais da Mulher com uma abordagem especializada sobre os casos. Além disso, a mulher vitima de violência ainda possui ao seu favor a tecnologia, como o aplicativo Salve Maria Maranhão que permite denunciar situações de violência de gênero, doméstica e sexual às forças de segurança, para isso basta baixar o app no celular.
A Polícia Civil do Maranhão também disponibiliza dos serviços da Delegacia Online, onde acessando o site delegaciaonline.ssp.ma.gov.br/, a vítima de violência doméstica pode registrar um Boletim de Ocorrência sem sair de casa e que será devidamente apurado, além de realizar o pedido de Medida Protetiva de Urgência. Vale lembrar que denúncias também poder ser feitas pelos canais 180 e 190 de forma totalmente anônima, por qualquer pessoa.