O maranhense Raphael Paixão, de 26 anos, natural de Imperatriz, enfrenta agora uma nova batalha: voltar para casa. Voluntário nas forças armadas da Ucrânia, ele perdeu a perna esquerda ao pisar em uma mina terrestre durante uma operação militar. O jovem foi hospitalizado e submetido a uma cirurgia de amputação, e segue estável, recebendo apoio médico e psicológico.

Raphael decidiu integrar o exército ucraniano em agosto de 2024, após trancar o curso de Direito em Imperatriz e se mudar para a Holanda. Em solo europeu, depois do fim de um relacionamento, ele optou por se alistar como voluntário na linha de frente da guerra no leste europeu. Segundo a família, o jovem se sentia motivado por um ideal de liberdade e defesa da democracia.

A explosão que feriu Raphael foi causada por uma mina-borboleta, armamento explosivo pequeno, mas de alto poder destrutivo, amplamente utilizado em zonas de conflito. O incidente ocorreu na semana passada e chocou os familiares, que desde então buscam meios legais e diplomáticos para garantir o retorno do jovem ao Brasil.

Em entrevista, a mãe de Raphael, Neila Paixão, relatou que ele está emocionalmente abalado, mas tem mantido contato constante com a família por meio de videochamadas. “Ele quer muito voltar. Está firme, mas o trauma foi grande. Só queremos tê-lo em segurança novamente”, afirmou.

A família já iniciou tratativas com o consulado ucraniano e com o Itamaraty, mas até o momento não obteve respostas concretas sobre a repatriação. A situação gera apreensão, já que Raphael, mesmo fora de combate, depende de suporte para transporte, tratamento e adaptação à nova realidade.

Enquanto aguarda a autorização para retornar ao país, Raphael segue em reabilitação, determinado a reconstruir sua vida longe dos horrores da guerra. Do outro lado do mundo, a família aguarda ansiosa pela volta do jovem maranhense que, mesmo entre bombas e trincheiras, carrega consigo o desejo de recomeçar.