Moradores do Jardim América bloqueiam a Avenida Principal em protesto contra a violência e pedem justiça pela morte do jovem Eduardo Lemos Martins. Foto: Juvêncio Martins/TV Mirante.

Moradores do Jardim América bloqueiam a Avenida Principal em protesto contra a violência e pedem justiça pela morte do jovem Eduardo Lemos Martins. Foto: Juvêncio Martins/TV Mirante.

O clima de medo e revolta tomou conta do bairro Jardim América, em São Luís, na manhã desta sexta-feira (24). Moradores, familiares e amigos do jovem Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, assassinado durante um ataque a tiros na Cidade Operária, bloquearam trechos da Avenida Principal e atearam fogo em pneus para protestar contra a violência.

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A via, uma das mais movimentadas da região, amanheceu bloqueada, com lojas e escolas fechadas por precaução. O protesto, segundo os participantes, é um grito por justiça e segurança, após uma sequência de ataques e tiroteios que assustaram moradores da capital maranhense nos últimos dias.

“A gente não aguenta mais tanto medo. Queremos justiça por Eduardo e mais segurança no nosso bairro”, disse uma moradora, durante o ato.

Ataques a tiros e a morte de Eduardo Lemos Martins

Eduardo Lemos Martins foi vítima de um ataque a tiros na Cidade Operária, na noite de terça-feira (21). O crime aconteceu na Rua Quatro, Unidade 105, e deixou cinco pessoas baleadas.

O jovem foi atingido na região do tórax e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local. Outros quatro feridos foram socorridos e encaminhados ao Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão II).

Entre as vítimas estão:

  • Um adolescente de 13 anos;
  • Dois jovens de 18 e 19 anos;
  • Um homem de 34 anos;
  • E uma quinta vítima que recusou atendimento por ferimentos leves.

De acordo com a polícia, os disparos foram feitos por criminosos ligados a facções rivais, que têm protagonizado confrontos violentos nas últimas semanas na capital.

Reforço policial e medidas emergenciais na Grande Ilha

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou que o policiamento foi reforçado em toda a Grande Ilha, com apoio de equipes do Bope, Rotam, Batalhão de Choque e do Grupo Tático Aéreo (GTA).

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O Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Wallace Amorim, destacou que a corporação está atuando de forma integrada para conter a escalada da violência e restabelecer a tranquilidade nos bairros.

“A Polícia Militar está nas ruas, com operações contínuas e equipes em todos os pontos críticos. Não vamos permitir que o medo tome conta da população”, afirmou o coronel.

Segundo a SSP-MA, as ações da Operação Impacto seguem em andamento, com patrulhamento intensivo, abordagens, e apoio às escolas que suspenderam as atividades por precaução.

População pede socorro e colaboração com denúncias

A polícia reforçou que qualquer cidadão pode contribuir com as investigações e o combate ao crime por meio dos canais oficiais de denúncia:
📞 190 (emergência) e 181 (Disque Denúncia, de forma anônima).

As forças de segurança pedem que a população não compartilhe informações falsas ou vídeos descontextualizados, que possam aumentar a sensação de pânico.

“As pessoas podem confiar na Polícia Militar. Toda informação é apurada, e a presença das forças de segurança será permanente nas áreas mais afetadas”, reforçou o comandante.

Cresce a tensão em São Luís

O assassinato de Eduardo Lemos Martins e os tiroteios registrados em bairros como Vila Palmeira, Cidade Operária e Jardim América ampliaram a sensação de insegurança na capital maranhense.
Nas últimas 48 horas, o aumento da criminalidade levou instituições como o IFMA, UFMA e UEMA a suspenderem as aulas temporariamente.

A Secretaria de Educação (Seduc) e a SSP-MA anunciaram ações conjuntas de proteção à comunidade escolar, com rondas ostensivas e apoio socioemocional a alunos e professores.

Protesto é reflexo de medo e pedido por paz

O protesto no Jardim América simboliza o desespero e a indignação de moradores que se sentem reféns da violência.
Entre pedidos de justiça e o som das sirenes, São Luís vive um dos momentos mais tensos dos últimos anos — marcado pela dor, pela incerteza e pela esperança de que o Estado recupere o controle das ruas.

“Eduardo não vai voltar, mas queremos acreditar que ninguém mais vai morrer desse jeito. Queremos paz”, disse um dos familiares durante o ato.