O Ministério Público do Maranhão (MPMA) ajuizou uma ação civil pública contra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) após identificar um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões aos cofres da entidade. A investigação, conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, aponta uma série de irregularidades financeiras cometidas entre os anos de 2018 e 2022, período em que Antônio Américo Lobato Gonçalves presidia a federação.
De acordo com o MPMA, entre as principais ilegalidades estão o pagamento de gratificações sem justificativa a dirigentes, ausência de prestação de contas de repasses federais e estaduais, e a não realização de processos licitatórios para contratações e aquisições. A promotora de Justiça Lítia Cavalcanti, responsável pela ação, destaca que a má gestão comprometeu a finalidade institucional da FMF e causou danos significativos à credibilidade do futebol maranhense.
O relatório detalha que houve saques em espécie sem identificação do beneficiário, transferências diretas para contas pessoais e pagamentos de despesas incompatíveis com os objetivos da entidade. Além disso, o MP ressalta que os valores desviados poderiam ter sido aplicados na melhoria da estrutura dos clubes e na realização de campeonatos regionais, prejudicando diretamente o desenvolvimento do esporte no estado.
A ação protocolada pelo MPMA pede a condenação dos responsáveis por improbidade administrativa, além da devolução integral dos valores desviados, pagamento de multa, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos. A promotoria também solicitou o bloqueio de bens dos acusados como forma de garantir a reparação dos danos causados.
O caso lança luz sobre a necessidade de mais transparência e controle na gestão de entidades esportivas no Maranhão. Para o Ministério Público, o episódio evidencia um padrão de administração que priorizou interesses pessoais em detrimento do futebol maranhense, que há anos enfrenta desafios para se reestruturar e recuperar a confiança da torcida e dos clubes.