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PF deflagra Operação Underbill e bloqueia R$ 26 milhões em esquema de importações da China

Polícia Federal cumpre mandados em Belém (PA) durante a Operação Underbill, que investiga fraudes em importações da China.

Polícia Federal cumpre mandados em Belém (PA) durante a Operação Underbill, que investiga fraudes em importações da China.

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (10), a Operação Underbill, em parceria com a Receita Federal do Brasil e o Ministério Público Federal, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em crimes contra o comércio exterior, a ordem tributária, o sistema financeiro nacional e a administração pública.

A ação ocorreu em Belém (PA) e mobilizou 50 policiais federais e 17 auditores fiscais, que cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.

Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 26 milhões, medida destinada a descapitalizar o grupo investigado e assegurar recursos para a reparação de eventuais prejuízos aos cofres públicos.

De acordo com as investigações, as fraudes estavam ligadas principalmente a importações vindas da China, cujas cargas chegavam pelos portos de Belém e Vila do Conde (PA). Posteriormente, os produtos eram distribuídos para diversos estados brasileiros, incluindo Maranhão, Amazonas, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.

O esquema criminoso envolvia comerciantes estrangeiros, despachantes aduaneiros e empresas de comércio exterior. Entre os crimes investigados estão subfaturamento, interposição fraudulenta, sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, violação de propriedade intelectual e ocultação de patrimônio.

A Polícia Federal informou que as investigações seguem em andamento, com a análise do material apreendido e a identificação de outros possíveis envolvidos.

Escândalo em Caxias: PF Apreende R$ 467 Mil e Afasta Secretária, Mãe do Prefeito Gentil Neto

Dinheiro apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Segunda Dose em Caxias; ação afastou secretária Adriana Raquel Sousa, mãe do prefeito Gentil Neto.

Dinheiro apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Segunda Dose em Caxias; ação afastou secretária Adriana Raquel Sousa, mãe do prefeito Gentil Neto.

A cidade de Caxias (MA) amanheceu em choque nesta segunda-feira (8). Uma operação da Polícia Federal encontrou R$ 467 mil em dinheiro vivo, além de medicamentos e documentos suspeitos. No centro do escândalo está Adriana Raquel Sousa, secretária municipal de Proteção Social e mãe do prefeito Gentil Neto.

A investigação faz parte da Operação Segunda Dose, que apura suspeitas de falsidade documental, exercício ilegal da medicina, peculato e lavagem de dinheiro. O esquema, segundo a PF, pode ter movimentado valores muito maiores.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados à secretária: sua casa, a sede da pasta que comandava e unidades de saúde nos bairros Salobro, Cohab e UPA.

Os agentes recolheram celulares, computadores e uma caixa de medicamentos destinada ao Fundo Municipal de Saúde. Mas o que mais chamou atenção foi o montante em espécie: R$ 467.050,00 guardados sem comprovação de origem.

Diante das evidências, a Justiça Federal determinou o afastamento imediato de Adriana Raquel Sousa das funções públicas e da atividade médica. Caso as denúncias sejam confirmadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Até agora, a reportagem não obteve resposta da secretária investigada nem da Prefeitura de Caxias. O caso promete ter novos desdobramentos e já movimenta os bastidores da política maranhense.

Operação Barão Vermelho: facção milionária é alvo no Maranhão, Piauí e Paraíba com bloqueio de R$ 197 milhões

Operação Barão Vermelho bloqueia R$ 197 milhões e prende suspeitos em três estados do Nordeste.

Operação Barão Vermelho bloqueia R$ 197 milhões e prende suspeitos em três estados do Nordeste.

O Ministério Público do Maranhão (MP-MA), por meio do Gaeco, deflagrou a terceira fase da Operação Barão Vermelho e escancarou um esquema criminoso milionário que atuava em três estados do Nordeste: Maranhão, Piauí e Paraíba.

A ação aconteceu logo nas primeiras horas da manhã e movimentou um verdadeiro exército policial. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas e três interdições de empresas. Entre os alvos, duas companhias de grande porte em Teresina, que segundo a investigação funcionavam como fachada para lavagem de dinheiro.

Mas o dado que mais chama atenção é o bloqueio judicial de R$ 197,1 milhões. Imóveis, veículos de luxo, embarcações, aeronaves e contas bancárias foram congelados. Uma fortuna que mostra a força financeira dessa facção, muito além do estereótipo do tráfico em vielas de comunidades. Estamos falando de uma máfia organizada, com braços empresariais e conexões políticas.

A operação mobilizou 190 agentes públicos de diferentes estados. Estiveram lado a lado integrantes do Gaeco-MA, Gaeco-PI e Gaeco-PB, além das Polícias Militares e Civis do Maranhão, Piauí e Paraíba, com apoio técnico do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim-MA). Uma verdadeira força-tarefa para enfrentar um esquema criminoso que já vinha sendo monitorado desde 2023, quando a primeira fase da operação foi deflagrada.

Segundo os investigadores, a facção movimentava milhões com um esquema de lavagem de capitais sofisticado, envolvendo pessoas físicas e jurídicas em transferências vultosas e saques bancários de valores elevados, que despertaram a atenção das autoridades. E não era apenas o tráfico de drogas que sustentava o grupo: havia indícios claros de envolvimento com falsificação de documentos de veículos, receptação de cargas roubadas ou desviadas, comércio de ouro de origem ilícita e até agiotagem.

A pergunta que ecoa é: como uma facção com tamanha estrutura conseguiu crescer tanto sem chamar a atenção antes? A resposta pode ser desconfortável. O crime organizado no Brasil não se limita mais às favelas e periferias. Ele se profissionalizou, se infiltrou em empresas, usa laranjas, contadores e advogados de renome. Atua como qualquer corporação legal, mas com o detalhe de que seus negócios são financiados por sangue, drogas e corrupção.

A Operação Barão Vermelho é, sem dúvida, um golpe duro contra essa estrutura criminosa. O bloqueio bilionário e as prisões mostram que o Estado ainda tem ferramentas para reagir. Mas também deixa claro a dimensão do problema: se em apenas uma operação se descobre quase R$ 200 milhões em movimentações suspeitas, o que ainda não foi revelado pode ser ainda maior.

O Nordeste brasileiro, e em especial estados como Maranhão e Piauí, vive um paradoxo: de um lado, economias em desenvolvimento e crescimento urbano; de outro, facções que se aproveitam das brechas para se instalar e operar como verdadeiras empresas do crime. A sociedade paga a conta, seja pela violência nas ruas, seja pela corrupção que drena recursos públicos.

Resta saber se essa operação será apenas mais um capítulo no noticiário ou se representará, de fato, o início de uma ofensiva duradoura contra o crime organizado no Nordeste. Uma coisa é certa: o bloqueio de R$ 197 milhões é um recado claro de que o poder econômico da facção não será mais ignorado. Agora, cabe às autoridades garantir que essa estrutura não se reerguerá facilmente — e que os responsáveis pagarão, na Justiça, por cada centavo sujo movimentado.

Deputado TH Joias é preso acusado de negociar armas com o Comando Vermelho no Rio

 

Deputado vira “homem de confiança” do Comando Vermelho e é preso em condomínio de luxo no Rio

O Rio de Janeiro amanheceu com mais um escândalo político. O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), conhecido como TH Joias, foi preso nesta quarta-feira (3) em uma megaoperação contra o crime organizado. Segundo as investigações, o parlamentar é acusado de intermediar a compra e venda de armas e drogas para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado.

Prisão em condomínio de luxo na Barra da Tijuca

A ação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio (Ficco-RJ), formada pela Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio (MPRJ).

TH Joias foi detido em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste carioca. O contraste não poderia ser maior: de dentro de uma cobertura milionária, o deputado é acusado de favorecer facções que controlam comunidades pobres da capital.

Ligação direta com líderes do CV

As investigações apontam que o deputado mantinha contato direto com chefes do Comando Vermelho, atuantes em áreas como o Complexo do Alemão, Maré e Parada de Lucas.

Não era só tráfico de armas pesadas, como fuzis importados do Paraguai, mas também negociação de drogas e até a compra de equipamentos antidrones da China, usados para atrapalhar a ação policial nas favelas dominadas pela facção.

Um relatório da Polícia Civil foi direto:

“O parlamentar utilizava o mandato para favorecer o crime organizado.”

Rastro de lavagem de dinheiro milionária

A operação, batizada de Bandeirantes pela Polícia Civil e Zargun pela PF, descobriu movimentações financeiras suspeitas que levantam indícios de lavagem de até R$ 40 milhões.

Foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão. Até as 10h desta quarta-feira, 14 pessoas já haviam sido presas, incluindo traficantes, policiais militares, um delegado federal e até o ex-secretário estadual e municipal do Rio, Alessandro Pitombeira Carracena.

A Justiça também determinou o sequestro de bens, afastamento de agentes públicos e até a transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima.

Como funcionava o esquema?

O Ministério Público do Rio detalhou a atuação dos principais alvos da operação:

  • TH Joias: usava o mandato na Alerj para favorecer a facção, nomeando comparsas em cargos de confiança.
  • Traficante: considerado líder financeiro, responsável por autorizar grandes pagamentos e comprar equipamentos.
  • Tesoureiro: guardava drogas, armas e valores milionários, além de controlar negociações.
  • Assessor parlamentar: indicado pelo deputado, fornecia e testava equipamentos antidrones, ensinando o uso à facção.
  • Esposa do tesoureiro: nomeada em cargo comissionado na Alerj, servia de elo entre o grupo criminoso e o Legislativo.

Em resumo: o crime organizado estava dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Silêncio no gabinete, nota protocolar da Alerj

A reportagem tentou contato com o gabinete de TH Joias, mas não obteve resposta.

A Alerj confirmou que houve mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado e informou que as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria da Casa, que prestou apoio às autoridades.

Opinião: quando a política vira extensão do crime

O caso de TH Joias é mais um retrato da degradação política no Rio. Um parlamentar eleito pelo povo para representá-lo é acusado de trabalhar para a facção mais temida do estado.

A prisão levanta uma questão incômoda: quantos outros políticos ainda estão enraizados no esquema criminoso?

Se confirmadas as acusações, o caso é ainda mais grave porque mostra que o crime organizado não precisa apenas das favelas para sobreviver: ele já se infiltrou oficialmente no poder público, com crachá e salário pagos pelos contribuintes.

Carbono Oculto: a megaoperação que ligou PCC, combustíveis, fundos e fintechs em um esquema bilionário de lavagem

A maior ofensiva recente contra o crime organizado no Brasil revelou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro que envolvia postos de combustíveis, fundos de investimento da Faria Lima e fintechs que funcionavam como “bancos paralelos” para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Batizada de Operação Carbono Oculto, a ação foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal e o Gaeco, com mais de 300 mandados cumpridos em 12 estados e o bloqueio de cerca de R$ 2,5 bilhões em bens e ativos.

O nome da operação não é por acaso: remete ao uso do setor de combustíveis — altamente lucrativo, com grande circulação de caixa e facilidade de emissão de notas frias — como fachada para movimentar recursos ilícitos. A investigação mostrou que o dinheiro do crime, inicialmente em espécie, entrava em redes de postos e, a partir daí, era disfarçado por meio de notas fiscais fictícias. Esses valores eram então aplicados em fundos de investimento, como FIDCs, dando aparência de legalidade às transações. Em paralelo, fintechs e carteiras digitais facilitavam a pulverização dos recursos, permitindo transferências rápidas, inclusive para criptoativos, sem chamar atenção imediata das autoridades.

O caso escancara uma faceta pouco debatida: o PCC já opera como uma corporação financeira, capaz de manipular mecanismos legítimos do mercado para lavar dinheiro em escala bilionária. O modelo identificado pela Carbono Oculto conecta diretamente o crime organizado à elite financeira e tecnológica, criando uma pressão inédita sobre reguladores e sobre o setor de inovação.

Não por coincidência, no mesmo período da operação, a Receita Federal publicou uma Instrução Normativa que equipara fintechs a bancos tradicionais em termos de obrigação de reporte. A partir de agora, essas empresas terão de enviar dados de clientes e movimentações para o sistema e-Financeira, o mesmo usado pelas instituições bancárias para monitorar e prevenir crimes financeiros. Isso significa mais custos de compliance para startups financeiras, mas também mais proteção para clientes e investidores. Na prática, acaba o “vácuo regulatório” que permitia que carteiras digitais e plataformas de pagamento circulassem recursos sem a mesma vigilância dos bancos.

A megaoperação, porém, não ficou restrita ao campo policial e econômico: virou também palco de disputa política. O presidente Lula exaltou a força da ação integrada e reforçou a importância da Receita no desmonte do esquema. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou a atuação do Gaeco e da polícia estadual, insinuando que o protagonismo era paulista. Nos bastidores, a briga é clara: quem ficará com o crédito político por expor um esquema que mexe com o crime organizado, o setor financeiro e a imagem internacional do Brasil.

O impacto da Carbono Oculto vai além do noticiário criminal. Ao revelar como o PCC se apropriou de mecanismos sofisticados de finanças, a operação pressiona o sistema regulatório, desafia a credibilidade de fundos e fintechs e reacende a discussão sobre os limites da inovação financeira. De um lado, mostra a capacidade de adaptação do crime organizado; de outro, força uma resposta mais dura do Estado e um reposicionamento das empresas que atuam no setor.

Em meio a bilhões bloqueados, dezenas de empresas sob suspeita e a nova norma que muda o jogo para as fintechs, a Carbono Oculto já se consolida como um divisor de águas. Mais do que um caso policial, é um alerta: no Brasil, o combate ao crime organizado passa, cada vez mais, pelo rastreamento do dinheiro que circula dentro da economia formal.

Prefeito de Santa Inês vira réu por desvio de R$ 55 milhões: Justiça acolhe denúncia contra Felipe dos Pneus e mais 13 investigados

O cerco da Justiça se fechou contra o prefeito de Santa Inês, Felipe dos Pneus, que agora é oficialmente réu por envolvimento em um esquema milionário de corrupção. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), após o Judiciário do Maranhão acolher a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, apontando um suposto desvio de R$ 55 milhões dos cofres públicos. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas e responderão à ação penal, entre elas o próprio prefeito, seus familiares e aliados políticos.

As investigações são fruto da Operação Tríade, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e revelam uma teia de fraudes em licitações, contratos superfaturados, empresas de fachada, peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com o MP, os acusados operavam um sofisticado esquema de desvio de recursos públicos através de contratos simulados com valores inflados, beneficiando diretamente os envolvidos.

Felipe dos Pneus chegou a ser afastado do cargo em 2023, no auge das investigações, mas voltou à prefeitura antes mesmo de a denúncia ser aceita pela Justiça. Agora, com a transformação dele e dos demais investigados em réus, o processo avança para a fase de instrução, com coleta de provas, depoimentos e análise dos contratos questionados.

Além do prefeito, também se tornaram réus: Welker Carlos Rolim, Antônio Francisco Rocha de Abreu, Janete de Macedo Moreira, Talita Abreu de Almeida, Renato Serra Trinta Abreu, João Gilberto do Carmo Dias Filho, Liliane Gatinho Viana, Thais Abreu Melo Martins Costa, Lya Fernanda Costa Alves, Thalihina Rodrigues de Carvalho (irmã do prefeito), Antônio Barbosa de Carvalho (pai do prefeito), Antônio José de Magalhães Neto e Samuel Martins Costa Filho.

Segundo o Gaeco, as provas reunidas até aqui indicam um desvio sistemático de verbas públicas com movimentações financeiras suspeitas, favorecimento de aliados e uso de familiares em empresas criadas para fraudar licitações. A denúncia, protocolada em janeiro deste ano, será aprofundada durante o curso do processo na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

As penas previstas para os crimes somados ultrapassam 50 anos de reclusão. A expectativa agora gira em torno dos depoimentos e do aprofundamento das provas, que podem revelar ainda mais detalhes sobre um dos maiores escândalos de corrupção recente envolvendo uma prefeitura maranhense.

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