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Tag: política econômica

Saque-aniversário do FGTS: Novas regras restritivas começam a valer e afetam antecipações em 2025

A partir deste sábado, 1º de junho de 2024, novas regras que limitam a antecipação do saque-aniversário do FGTS já estão em vigor. A medida, aprovada pelo Conselho Curador do FGTS e implementada pela Caixa Econômica Federal, visa proteger o saldo do fundo em casos de demissão e diminuir o impacto financeiro dessa modalidade, que também financia importantes projetos de habitação e infraestrutura no Brasil.

Atualmente, o saque-aniversário conta com a adesão de aproximadamente 21,5 milhões de trabalhadores, o que representa cerca de 51% das contas ativas do FGTS. Desses, uma parcela significativa, perto de 70%, já utilizou a opção de antecipar seus saques junto a instituições financeiras. Essas novas diretrizes buscam trazer mais controle e segurança para o uso desses recursos.

Entendendo o Saque-Aniversário e Sua Antecipação

Introduzida em 2019, a modalidade saque-aniversário do FGTS permite que o trabalhador retire uma parte do saldo de sua conta a cada ano, especificamente no mês de seu aniversário. A adesão a esta opção é voluntária e pode ser realizada de diversas formas, como pelo aplicativo FGTS, no site da Caixa ou diretamente em uma agência bancária. Contudo, é crucial entender que ao optar pelo saque-aniversário, o trabalhador abre mão do direito de sacar o valor total do fundo em caso de demissão sem justa causa, tendo direito apenas à multa rescisória de 40%.

A antecipação do saque-aniversário funciona como uma espécie de empréstimo. O trabalhador solicita a um banco o adiantamento dos valores que teria direito a receber nos anos seguintes, utilizando o próprio saldo do FGTS como garantia. Antes das novas regras, não existiam limites claros para o número de parcelas, o valor máximo a ser antecipado ou a quantidade de operações simultâneas. Era possível, por exemplo, antecipar até 10 anos de saques e contratar mais de uma operação ao mesmo tempo, o que gerava preocupações sobre o desamparo financeiro futuro.

O Que Mudou com as Novas Regras do FGTS Aniversário?

As recentes mudanças implementadas visam estabelecer um controle mais rigoroso sobre a antecipação do saque-aniversário do FGTS. Com a nova regulamentação, passam a valer limites estritos para o valor das parcelas, o número total de parcelas permitidas e os prazos para a contratação. O objetivo principal, segundo o Ministério do Trabalho, é evitar que trabalhadores fiquem desamparados financeiramente ao serem demitidos, pois o saldo do FGTS, quando antecipado, fica bloqueado como garantia do empréstimo.

As principais alterações incluem um limite de cinco parcelas no primeiro ano de adesão e três parcelas a partir de 2026. O valor de cada parcela também foi restrito, situando-se entre R$ 100 e R$ 500. O limite total que pode ser antecipado foi fixado em até R$ 2,5 mil no primeiro ano, caindo para R$ 1,5 mil a partir de 2026. Uma nova exigência é a carência de 90 dias: o trabalhador deve aguardar esse período após aderir ao saque-aniversário para poder contratar a antecipação.

Além disso, as operações simultâneas foram limitadas, permitindo agora apenas uma antecipação por ano. Essa medida visa garantir que o trabalhador mantenha uma reserva mínima no fundo em caso de imprevistos, como a perda do emprego. O Ministério do Trabalho reforça que a antecipação excessiva tem deixado muitos trabalhadores em situação delicada, pois o saldo do FGTS é comprometido e se torna inacessível.

Como Consultar e Quais os Riscos da Antecipação

Para verificar o saldo do FGTS, optar ou cancelar a adesão ao saque-aniversário, os trabalhadores podem utilizar o aplicativo FGTS, disponível para sistemas Android e iOS. É fundamental que todos estejam cientes das novas regras antes de solicitar a antecipação. Quem decidir aderir à modalidade deve respeitar o prazo mínimo de 90 dias antes de pedir a antecipação em um banco. Essa carência é uma das novidades importantes para quem busca esse tipo de crédito.

É essencial lembrar que, em caso de demissão durante o período em que a antecipação estiver ativa, o trabalhador só terá acesso à multa rescisória de 40%, sem poder sacar o saldo que foi bloqueado para garantir o empréstimo. Portanto, a decisão de antecipar o saque-aniversário do FGTS deve ser tomada com cautela, considerando as necessidades financeiras de curto prazo e os possíveis impactos em cenários de desemprego. As mudanças entram em vigor em todo o país e afetam todas as novas contratações de antecipação a partir de agora.

Câmara aprova urgência para derrubar decreto do governo sobre IOF; Detinha vota a favor da proposta

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (17) o regime de urgência para votar um projeto que pode derrubar um decreto do governo federal que muda regras de isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A aprovação da urgência, com 322 votos a favor e 137 contra, foi considerada uma derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que acelera a tramitação de uma proposta contrária ao que o governo defende.

O decreto em questão (nº 11.956/2024) altera os critérios para empresas que operam nas áreas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) obterem isenção do IOF — um imposto cobrado sobre operações como empréstimos, financiamentos e outras transações financeiras.

O que significa essa medida do governo?

Na prática, o decreto dificulta o acesso à isenção do IOF por parte de empresas localizadas nessas regiões. Antes, a isenção era automática para negócios situados dentro das áreas incentivadas. Com a nova regra, as empresas só poderão ter o benefício se cumprirem exigências mais rígidas, como apresentar projetos específicos e obter autorização da Suframa ou da Sudam.

O objetivo do governo federal é conter perdas de arrecadação com isenções fiscais e garantir mais controle sobre os incentivos concedidos. Segundo o Planalto, é uma forma de evitar o uso indevido dos benefícios e melhorar a fiscalização.

Por que os deputados votaram para derrubar o decreto?

Deputados das regiões Norte e Nordeste, incluindo parlamentares de oposição e da base do governo, argumentam que o novo decreto pode prejudicar o desenvolvimento econômico dessas áreas. Eles defendem que o acesso facilitado à isenção do IOF é essencial para atrair investimentos, estimular empresas e gerar empregos em regiões historicamente com menor infraestrutura e oportunidades.

A aprovação da urgência foi vista como um gesto político de insatisfação com o governo, especialmente por parte das bancadas que representam os estados atingidos.

A posição de Detinha

A deputada federal Detinha (PL-MA) votou a favor da urgência para derrubar o decreto. Ela justificou seu voto dizendo que a medida do governo pode trazer prejuízos econômicos para o Maranhão e outros estados que dependem de incentivos fiscais para manter a competitividade de suas empresas.

“O que está em jogo é o desenvolvimento regional. Precisamos defender as empresas que geram empregos e renda para as populações do Norte e Nordeste. Esse decreto enfraquece esses incentivos e prejudica quem mais precisa de apoio”, declarou a deputada.

Detinha integra o grupo de deputados maranhenses que se posicionaram contra o decreto do governo. Também votaram a favor da urgência os deputados Aluísio Mendes (Republicanos), Cléber Verde (MDB), Josivaldo JP (PSD), Pastor Gil (PL) e Paulo Marinho Júnior (PL). Já os deputados Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Pereira Júnior (PT) e Duarte Júnior (PSB) votaram contra a urgência, seguindo a orientação do governo federal.

E agora?

Com a urgência aprovada, o projeto que tenta anular o decreto poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara, sem passar pelas comissões. Se for aprovado, segue para análise no Senado. O governo ainda tenta negociar para evitar a revogação da medida, mas enfrenta resistências até mesmo entre seus aliados nas regiões afetadas.

A discussão segue nos bastidores do Congresso e deve ganhar destaque nas próximas semanas, já que envolve temas como incentivos fiscais, desenvolvimento regional e equilíbrio fiscal.

Com informações da Câmara dos Deputados, G1 e site do jornalista John Cutrim.

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